quarta-feira, 6 de maio de 2020
Porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros testa positivo para COVID-19
Processo sobre Bolsonaro não vai ficar com novo ministro do STF, diz Mello
Em entrevista ao colunista do UOL Josias de Souza, Marco Aurélio disse que seria "péssimo" se o procedimento ficasse aguardando o indicado pelo presidente para ter sequência normal. Decano do tribunal, Celso de Mello deixará o cargo em novembro, quando completa 75 anos, e caberá a Bolsonaro a indicação de seu substituto.
O procedimento criminal atrai a urgência, e atraindo a urgência, ocorre a redistribuição do processo entre os integrantes do tribunal. E seria péssimo se o procedimento ficasse aguardando o indicado pelo presidente para ter sequência normal. Teria-se sob suspeição o próprio relator, o novo ministro indicado pelo presidente. Aposentado o ministro, o inquérito estará tramitando com diligências sendo implementadas. E aí cabe ao presidente do Supremo determinar a redistribuição do inquérito, que o computador me poupe de ser relator desse inquérito.
Marco Aurélio disse que a tramitação da ação sobre Bolsonaro ocorrerá no plenário, com todos os ministros envolvidos, e não na turma, já que o investigado é o presidente da República. "O órgão competente para isso é o plenário", argumentou.
Ato de Moraes foi "nefasto" para Ramagem
Marco Aurélio Mello criticou o colega Alexandre de Moraes, que barrou a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Policia Federal. Para o ministro, a Corte só deveria ter agido, caso houvesse necessidade, depois da posse.
Atuação do Supremo não deve estar ligada ao ato de nomeação. E se houver desvio de conduta do diretor da Polícia Federal, aí ok o Supremo atuar, mas ele sequer seria competente para julgar uma impugnação a respeito. Por isso vejo com certas reservas.
No início da semana, Marco Aurélio encaminhou uma proposta ao colega Dias Toffoli, presidente do Supremo, em que sugere que ações contra atos do Legislativo e do Executivo sejam julgados pelo plenário da Corte, não pelos ministros individualmente.
A sugestão será avaliada por uma comissão de três ministros presidida por Luiz Fux, que já pediu manifestações da PGR (Procuradoria-Geral da República) e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) sobre o tema.
Para Marco Aurélio, a decisão de Alexandre de Moraes foi "nefasta" para a carreira de Ramagem. Atual chefe da Abin (Agêcia Brasileira de Inteligência), ele era delegado da PF e conheceu Bolsonaro em 2018, quando assumiu a segurança do recém-eleito presidente.
Quem fica mal é o delegado da PF que não tomou posse do cargo e, ao que tudo indica, tem perfil de vida profissional elogiável. Para ele, foi algo nefasto. Agora, o desgaste institucional se mostrou muito grande, não só do presidente como do próprio Supremo.
"Temi pela eleição de Bolsonaro"
O ministro do STF afirmou que temeu a eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018, mas que agora torce para que ele "acerte" em suas decisões ao logo do mandato.
Disse [à época] temer muito a eleição do então deputado Jair Bolsonaro como presidente da República, mas houve uma escolha da maioria dos eleitores e ele foi eleito. Agora temos que observar o desenrolar do mandato e que ele acerte.
Porém, Marco Aurélio fez hoje diversas críticas a comportamentos recentes do presidente entre elas a minimização da pandemia do novo coronavírus, declarações grosseiras e apoio a atos antidemocráticos.
"Quando o presidente diz que se trata apenas de uma 'gripezinha', ele evidentemente não reconhece a realidade e, de certa forma, influencia certos segmentos. Vejo e ouvi de um integrante do Ministério da Saúde que não chegamos ao pico. Que teremos esse pico somente em junho e julho. As pessoas hoje já estão baixando a guarda, já não estão mantendo a cautela que deveriam manter", alertou o ministro.
"Arroubo de retórica" do presidente
O ministro ainda classificou como "um arroubo de retórica indevido" a fala do presidente, que disse na semana passada "eu sou a Constituição".
"O pessoal geralmente conspira para chegar ao poder. Eu já estou no poder. Eu já sou o presidente da República", disse Bolsonaro no dia 20 de abril, que, em outro momento, afirmou: "Eu sou, realmente, a Constituição".
O ministro afirmou também que, por ser uma pessoa pública, o presidente deveria ter apresentado o resultado dos exames que fez para identificar se estava ou não contaminado pelo coronavírus. Criticou ainda o costume de Bolsonaro de "papear", como disse o ministro, com manifestantes nos portões do Palácio do Planalto, o que na visão de Marco Aurélio gera desgastes.
Distintas são as privacidades do homem comum e do homem público. O homem público deve ser um livro aberto e, diante da celeuma que surgiu, cabia ao Presidente da República, já que negou que estava contagiado, cabia mostrar um exame efetuado, o que ele não fez.
"Judicialização" da política
Marco Aurélio Mello criticou o excesso de judicialização e os conflitos políticos que vão parar na Corte para deliberação.
O ministro afirmou que determinados temas poderiam ser resolvidos seguindo o caminho da política, com votações na Câmara dos Deputados e no Senado.
Governo lança novo site para consulta a auxílio emergencial de R$ 600
O novo portal pode ser acessado por meio dos endereços Consulta Auxílio da Cidadania e Consulta Auxílio do Dataprev. Antes, os cidadãos só tinham acesso ao aplicativo e portal do auxílio emergencial disponibilizados pela Caixa. Por lá, é possível saber se o pedido já foi respondido ou ainda está em análise. No entanto, não há informações da situação exata do pedido, caso ele ainda esteja sendo processado.
O processamento tem várias etapas: a Caixa coleta as informações e envia para a Dataprev. A empresa faz o cruzamento dos dados para ver se o cidadão tem direito ao benefício. Ao concluir o processamento, a Dataprev homologa os resultados com o Ministério da Cidadania. A partir daí, a resposta é enviada à Caixa, que então muda o status no aplicativo e efetua o pagamento.
Desde o início da operação, no começo de abril, usuários têm reclamado da demora na análise e pela falta de informações sobre o real status do pedido. “O objetivo é dar transparência ao procedimento de análise, processamento, homologação e pagamento do benefício”, disse hoje a Dataprev.
Para a consulta, é necessário informar CPF de quem pediu o benefício, nome completo, nome da mãe e data de nascimento, tudo como consta na base de dados da Receita Federal.
Será possível acompanhar todo o detalhamento dos pedidos, como: resultados, datas de recebimento e envio dos dados pela Caixa à Dataprev e vice-versa, além da motivação da negativa do benefício. A análise da segunda solicitação, caso tenha sido necessária, também poderá ser conferida.
Resultados
Em menos de um mês, 97,7 milhões de cadastros passaram pelos sistemas de conferência da Dataprev e foram homologados pelo Ministério da Cidadania, incluindo os três grupos de beneficiários potenciais do auxílio: quem recebe Bolsa Família, quem está no Cadastro Único de programas sociais e trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e desempregados que solicitaram pelo site ou aplicativo.
Desse total, 50,5 milhões foram classificados como elegíveis (atenderam aos critérios da lei), 32,8 milhões foram considerados inelegíveis e 13,7 milhões estão inconclusivos e necessitam de complemento cadastral.
Das 46 milhões solicitações feitas pelo site ou aplicativo entre 7 e 22 de abril, a Dataprev já transmitiu à Caixa o resultado de 44,9 milhões. Os demais estão em “processamento adicional em função da complexidade de cenários e cruzamentos”.
A conclusão do processamento dos requerimentos apresentados entre os
dias 23 e 30 de abril por meio do aplicativo e portal da Caixa está
prevista para o final desta semana. JM
10% mais ricos ficam com 43% da renda nacional, diz IBGE
Com a queda do desemprego para 11% aumentou em 2019 a fatia da população brasileira que tinha algum tipo de rendimento. A melhora no cenário, porém, foi acompanhada de uma explosão na informalidade, que atingiu o maior nível desde 2016.
De acordo com o IBGE, 2,4 milhões de brasileiros passaram a ter algum rendimento do trabalho em 2019, elevando a 44,1% o número de brasileiros nessa situação. A renda média mensal do trabalhador foi de R$ 2.308 por mês contra R$ 2.317 registrados no ano anterior.
O estudo mostra que a metade mais pobre da população vive com uma renda média de R$ 850 por mês. Os 5% mais pobres, ou cerca de 4,5 milhões de pessoas, recebem R$ 165, em média, por mês. Já os 1% mais ricos, cerca de 900 mil pessoas, ganharam em 2019 R$ 28.659 por mês.
O valor equivale a equivalente a 33,7 vezes a média da metade mais pobre. Em 2015, ano de menor desigualdade desde o início da série histórica em 2012, a diferença foi de 30,5 vezes. O índice de Gini do rendimento do trabalho ficou em 0,509, mesmo patamar de 2018 e pouco acima dos 0,508 de 2012.
Segundo o IBGE, o aumento da desigualdade foi mais intenso na região Nordeste, onde o rendimento médio dos 1% mais ricos cresceu 11%. A região tem o maior índice de desigualdade na renda do trabalho do país. O IBGE, porém, não avaliou os motivos da alta.
A massa real de rendimento, que soma as rendas mensais de todos brasileiros, foi de R$ 213,4 bilhões em 2019. O valor é 2,2% maior que o verificado em 2018, refletindo o aumento no número de pessoas com renda mensal. Deste total, 43,1% ficou nas mãos dos 10% mais ricos, valor praticamente estável em relação a 2018.
Já os 10% mais pobres ficaram com 0,8% da massa de rendimento mensal domiciliar per capita no país.
Considerando outras fontes de renda, como aposentadorias, aluguéis, pensões alimentícias e mesadas, o rendimento médio do brasileiro em 2019 foi de R$ 2.244, praticamente estável em relação aos R$ 2.247 do ano anterior.
Destas fontes, a principal é a aposentadoria, que representou em média 20,5% do rendimento médio total do brasileiro em 2019, também estável em relação ao ano anterior. Aluguéis e arrendamentos representaram 2,5% e pensões alimentícias, doações e mesadas de não moradores, 1,1%.
O percentual de domicílios atendidos pelo Bolsa Família caiu em 2019,
de 13,7% para 13,5%, mas o número de domicílios cresceu, o que indica
que não houve redução em números absolutos, segundo o IBGE. Em 2019, o
país tinha 72,4 milhões de domicílios, cerca de 1,4 milhão a mais do que
no ano anterior. Rio de Janeiro folha
URGENTE: Termina hoje prazo para regularizar título de eleitor
O prazo deve ser observado para quem deseja mudar o local de votação, domicílio eleitoral, regularizar título cancelado, fazer alterações de dados pessoais e pelos jovens de 16 anos que vão votar pela primeira vez e querem solicitar o documento.
Como regularizar
Devido ao fechamento dos cartórios eleitorais pelas complicações da covid-19, o Tribunal Superior Eleitoral lançou um site para regularização eletrônica do documento.
O tribunal oferece uma série de serviços que podem ser acessados de casa, sem a necessidade de se deslocar até uma unidade da Justiça Eleitoral. Consultas sobre situação eleitoral, endereço do local de votação e dados do título eleitoral, bem como a emissão de certidão de quitação eleitoral, são alguns dos serviços que estão disponíveis na internet.
terça-feira, 5 de maio de 2020
Deputados retiram servidores da educação de regra que congela salários na pandemia
O texto-base do Projeto de Lei Complementar (PLP) 39/20, oriundo do Senado, já foi aprovado. A proposta prevê ajuda de R$ 125 bilhões para os estados, o Distrito Federal e os municípios e substitui versão aprovada em abril pela Câmara (PLP 149/19).
Devido às alterações feitas pelos deputados nesta terça-feira (5), o texto terá de retornar para o Senado. Durante a sessão virtual, a líder do Psol, deputada Fernanda Melchionna (RS), lamentou declaração do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, segundo a qual os senadores retomarão na íntegra o projeto aprovado naquela Casa.
"Passamos a noite discutindo e ele [Alcolumbre] falou que vai recompor. Isso é molecagem", disse a deputada.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Guedes teme que negociar cargos com Centrão estoure gastos públicos
Rumores sobre uma possível perda de prestígio de Guedes com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de uma eventual saída do governo ganharam força com o anúncio do programa Pró-Brasil, que previa investimentos públicos para reanimar a economia. O programa foi anunciado sem que o Ministério da Economia tivesse participado de nenhuma reunião e Guedes disse ser contra a medida.
Para acalmar os ânimos, Bolsonaro reafirmou que Guedes é quem o orienta sobre todas as decisões econômicas. Além disso, o presidente escolheu José Levi para o cargo de advogado-geral da União. Antes de se tornar ministro, Levi era subordinado do ministro da Economia como procurador-geral da Fazenda Nacional. Os gestos foram interpretados por políticos e técnicos da Economia como um sinal da força de Guedes.
"O ministro está preocupado com os pedidos por partidos políticos e com eventuais propostas que aumentam os gastos públicos. Não podemos passar a mensagem errada para investidores. O Brasil precisa se recuperar. Passada a pandemia, precisamos manter as reformas", declarou um técnico da equipe econômica.
Preocupação com apetite por cargos
Guedes está preocupado com os sinais políticos que têm chegado ao governo. Os partidos que compõem o Centrão querem cargos na Esplanada dos Ministérios e em estatais para dar apoio ao governo Bolsonaro.
A direção do Banco do Nordeste, vice-presidências e diretorias da Caixa e até a recriação de alguns ministérios são defendidas por alguns parlamentares, reservadamente. Isso poderia levar a um aumento de gastos públicos e o fim da unidade nas decisões do Ministério da Economia.
Deputados com ligações com igrejas também têm cobrado do governo uma solução para as dívidas tributárias das entidades religiosas com a Receita Federal. A Receita é contra a medida e Bolsonaro tem pressionado a equipe econômica por uma solução.
Alvo de parlamentares
Guedes também tem sido alvo de críticas de alguns deputados. Um deles é o 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Apontado como candidato à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Presidência da Câmara, Pereira tem mandado sinais ao Ministério da Economia.
No primeiro deles, em 14 de abril, Pereira criticou Guedes explicitamente. "Paulo Guedes assumiu o Ministério da Economia dizendo que queria 'menos Brasília, mais Brasil'. Pois bem. Agora que aprovamos o reforço nos caixas de estados e municípios, o ministro quer vetar. Em qual Paulo Guedes devemos acreditar?", escreveu o parlamentar no Twitter.
Guedes se posicionou contra o projeto aprovado pela Câmara que determinava que a União cobriria as perdas de arrecadação dos estados e municípios.
Em artigo publicado na última segunda-feira (4) no site do partido, Pereira voltou a criticar Guedes indiretamente. Ele afirmou que o país precisa de uma política de reindustrialização e citou uma frase dita por Guedes de que o Ministério da Indústria e Comércio (Mdic) se transformou em "trincheira da primeira guerra mundial" na defesa de protecionismos.
"Como ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços por dois anos, e cuja pasta infelizmente foi incorporada ao Ministério da Economia acusada de ser a "trincheira da Primeira Guerra Mundial", eu reafirmo: o Brasil precisa, sim, de uma fortíssima política de reindustrialização. O presidente da República, Jair Bolsonaro, como nacionalista que é, deveria pensar seriamente na questão", afirmou Pereira.
Procurado
para comentar o assunto, o Ministério da Economia não se manifestou. O
deputado Marcos Pereira não respondeu às ligações e às mensagens
enviadas pela reportagem. uol









