Nesta quarta-feira (01), a empresa farmacêutica japonesa Fujifilm
Toyama Chemical, responsável pela vacina experimental favipiravir, que
está utilizada no tratamento de sintomas do novo coronavírus, iniciou
testes clínicos no Japão. A empresa planeja testar o fármaco em cerca de
100 pacientes infectados com COVID-19, em um ensaio clínico previsto
para durar até o final de junho.
Sob o nome comercial de Avigan, o favipiravir possui um mecanismo de
inibição seletiva da RNA polimerase – associada à reprodução do vírus
influenza – que impede a cópia de material genético dos vírus. Em 2014, o
medicamento obteve aprovação do Governo do Japão para produção e venda
contra influenza, mas não foi distribuído no mercado, nem está
disponível em hospitais ou farmácias de nenhum País.
Isso porque o Avigan é um medicamento experimental usado para tratar certos tipos de influenza “apenas quando ocorre um surto de um vírus novo, onde outros antivirais são ineficazes ou ineficientes”
e sob autorização expressa do Governo, haja vista uma série de graves
efeitos colaterais apontados, como abortos e malformações fetais.
Estima-se que o Governo japonês tenha uma “certa reserva” do fármaco,
mas que a quantidade não seria suficiente – i diário econômico Nikkei
dá conta de cerca de 2 milhões de doses. Embora alguns médicos no Japão
já utilizem o Avigan para tratamento de pacientes com a COVID-19, para
fins de pesquisa, é necessário um ensaio clínico da empresa, seguido de
aprovação para distribuição em larga escala.
A droga ganhou atenção após um estudo da Universidade de Wuhan,
cidade chinesa que deu origem ao surto de coronavírus no mundo.
Pesquisadores da instituição descobriram que o favipiravir é eficaz no
tratamento da doença. A Itália, que se tornou um dos epicentros mundiais
da COVID-19, autorizou que a droga seja testada em pacientes de
Lombardia e Veneto.
Outros compostos existentes cujo uso está sendo estudado contra a
covid-19 são a cloroquina e hidroxicloroquina, usados contra a
malária, ou lopinavir-ritonavir, contra o HIV
Fonte: NHK e O Estado de São Paulo.