Para muitos dos 42.793 servidores públicos que responderam
voluntariamente ao questionário, o maior receio em tempos de pandemia é
transmitir a Covid-19 para familiares.
Quando o trabalho presencial for retomado, a maioria dos servidores
(57%) prefere voltar às atividades em turnos ou dias alternados. Apenas
4,8% espera que todos os profissionais voltem ao mesmo tempo. Em relação
à saúde e segurança no local de trabalho, o protocolo que os servidores
esperam que seja adotado deve contemplar, prioritariamente, desinfecção
diária das áreas de trabalho e áreas comuns, distanciamento social,
horário flexível e aferição de temperatura.
Estes são dados preliminares da pesquisa “Retorno seguro ao trabalho
presencial”, realizada pela Escola Nacional de Administração Pública
(Enap)– em parceria com Banco Mundial e Ministério da Economia (ME)–
entre agosto e setembro de 2020. Ao todo, 42.793 servidores públicos
responderam voluntariamente ao questionário.
"A pesquisa é um importante instrumento para a tomada de decisão no
setor público e auxiliará gestores no aperfeiçoamento dos planos de
volta às atividades presenciais. Também serve de insumo para possíveis
experimentos de trabalho remoto para além do contexto da pandemia”,
enfatiza o presidente da Enap, Diogo Costa.
Contaminação, transporte e filhos
Entre as preocupações apontadas em relação ao retorno das atividades
presenciais, a maior delas é a de contrair a Covid-19 no trabalho e
infectar familiares (90%). Locais adequados para deixar as crianças
(43%) e poucas opções de transporte para o trabalho (61%) também estão
entre os receios destacados.
“A pesquisa traz a experiência dos servidores em formatos de
expediente adaptados aos tempos de pandemia, além de suas expectativas e
preferências sobre o retorno ao trabalho presencial. Mostra quais são
os medos, as preocupações e, também, aponta caminhos para uma retomada
mais segura", explica a diretora de Altos Estudos da Enap, Diana
Coutinho.
Utilização de máscaras é um item que deve ser obrigatório, na opinião
de 42% dos entrevistados. Para a maior parte dos servidores públicos
(66%), o retorno deve acontecer, no mínimo, a partir de janeiro de
2021.
Sobre a possibilidade de continuidade do trabalho remoto, quase
metade (45%) dos servidores públicos federais disse que gostaria de ter
essa opção, mesmo após a pandemia.
Nesta semana, o Ministério da Economia publicou uma Instrução Normativa com
orientações sobre retorno gradual e seguro ao trabalho presencial.
Entre outras medidas, a IN prevê que a presença de servidores e
empregados públicos em cada ambiente de trabalho, neste primeiro
momento, não deverá ultrapassar 50% do limite de sua capacidade física.
Além disso, deve ser mantido o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas.
Dados gerais
O órgão que registrou o maior percentual de respostas à pesquisa em
relação ao número de servidores foi o Ministério da Educação (34,9%),
seguido pelo Ministério da Economia (19,9%).
No quesito relacionado ao trabalho remoto em tempo integral, as
instituições com maior percentual de servidores nessa modalidade entre
os meses de abril e julho foram Controladoria-Geral da União (CGU),
Ministério do Turismo (MTur), Advocacia-Geral da União (AGU) e ME.
Gov.br/economia