Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediram, em
documento protocolado na Justiça, nesta quinta-feira (24), que o juiz
Sérgio Moro reconsidere e rejeite a denúncia sobre o sítio em Atibaia, alegando que a acusação tem "caráter político".
A defesa afirma que não há provas ou indícios mínimos que respaldem a
denúncia e que o Ministério Público Federal (MPF) não conseguiu
descrever de forma clara e pormenorizada as condutas criminosas de Lula.
Além disso, os advogados criticaram o fato da denúncia se basear
fundamentalmente em delações premiadas. Eles também fazem uma série de
pedidos ao juiz, como ter acesso a determinados documentos e a
realização de perícias, e pedem que 59 novas testemunhas sejam
intimadas.
Caso Moro prossiga com a ação penal, a defesa de Lula pede que se aguarde o término do inquérito que tramita no STF e apura possível participação de Lula na organização criminosa.
A denúncia
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu propina
proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht e
a OAS. Os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas
realizadas no sítio, dizem os procuradores. Conforme a denúncia, as
melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão.
Apesar de o imóvel estar em nome dos empresários Fernando Bittar e
Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luis Lula da Silva, filho do
ex-presidente, os investigadores da força-tarefa encontraram uma série
de elementos que, segundo a denúncia, comprovariam que o sítio pertence,
na verdade, ao ex-presidente. Entre eles, estão bens pessoais, roupas e
indícios de visitas frequentes ao imóvel. A denúncia afirma que entre
2011 e 2016, Lula esteve no local cerca de 270 vezes.
Lula nega as acusações e diz não ser o dono do imóvel, que está no nome
de sócios de um dos filhos do ex-presidente. Em nota, a assessoria de
imprensa dele disse que a "abertura de ação sobre o sítio de Atibaia é
mais uma etapa da farsa judicial movida pela Lava Jato contra o
ex-presidente Lula".
Fonte: G1
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