A peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, estava em cartaz no Serviço Social do Comércio (SESC), e o juiz Luiz Antonio de Campos Júnior acatou o pedido da advogada Virginia Bossonaro Rampin Paiva para que a exibição fosse interrompida.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a decisão judicial foi tomada em caráter de urgência na sexta-feira, 15 de setembro. “As circunstâncias jurídicas alegadas (…) corroboram o fato de ser a peça em epígrafe atentatória à dignidade da fé cristã, na qual Jesus Cristo não é uma imagem e muito menos um objeto de adoração apenas, mas sim o filho de Deus”, escreveu o juiz.
Campos Júnior estabeleceu multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento, e salientou que “não se olvida a liberdade de expressão”, “mas o que não pode ser tolerado é o desrespeito a uma crença, a uma religião, enfim, a uma figura venerada no mundo inteiro”.
“De fato, não se olvide da crença religiosa em nosso Estado, que tem
Jesus Cristo, como o filho de Deus […] Em se permitindo uma peça em que
este homem sagrado seja encenado como um travesti, a toda evidência,
caracteriza-se ofensa a um sem número de pessoas”, acrescentou o
magistrado.
O SESC emitiu um comunicado oficial dizendo que recorreu da decisão
da Justiça, e a diretora da peça afirmou, em uma página no Facebook, que
a medida partia de pressupostos equivocados.“Afirmar que a travestilidade da atriz representa em si uma afronta à fé cristã ou concluir, antes de assistir o trabalho, que é um insulto à imagem de Jesus é, do nosso ponto de vista, negar a diversidade da experiência humana […] Cria-se categorias onde algumas experiências são válidas e outras não, algumas vidas tem valor e outras não”, protestou a diretora.
“O espetáculo, escrito por Jo Clifford, busca resgatar a essência do que seria a mensagem de Jesus: afirmação da vida, tolerância, perdão, amor ao próximo […] Para tanto, Jesus encarna em uma travesti, na identidade mais estigmatizada e marginalizada da nossa sociedade. A mensagem é de amor”, resumiu a diretora, protestando contra o cancelamento.
Fonte: Gospel+
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