Oito em cada 10 brasileiros dizem não seguir a opinião de seus líderes religiosos durante as eleições,
segundo o Datafolha. Embora 19% das pessoas considerem as recomendações
da liderança, 4% seguem as indicações apenas se o candidato for ligado à
sua igreja.
O número de pessoas que são
influenciadas pelos pastores no voto aumenta entre os evangélicos (26%),
com um número ainda maior entre os fiéis neopentecostais (31%). Cerca
de 9% disseram já ter votado em alguém indicado por seu líder religioso,
comparado aos 8% em um levantamento feito há quatro anos.
A pesquisa reforça que evangélicos
(16%), sobretudo os neopentecostais (28%), se revelam mais suscetíveis à
recomendação de suas igrejas, mas continuam sendo uma minoria dentro do
universo religioso.
De acordo com Gerson Moraes,
professor de teologia e de política da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, é errado tratar evangélicos como uma massa uniforme. “Por
exemplo, grupos históricos, em geral mais escolarizados, têm a visão de
que a igreja pode ser a consciência do Estado, mas jamais dominar o
Estado”, disse ele ao jornal Folha de São Paulo.
Fé brasileira
Embora o eleitor não seja
influenciado por seu líder religioso no momento do voto, o Brasil é um
país de fé — 98% da população acredita em Deus. Segundo o Censo, o
número de evangélicos saltou de 15,4% em 2000 para os atuais 32%
detectados no Datafolha. Já católicos diminuíram de 73,6% para 52%.
Em setembro, o Datafolha entrevistou
2.772 brasileiros de 194 cidades apresentando três hipóteses: um
presidenciável católico, um evangélico e um ateu.
Entre as respostas, 25% votariam no
católico com certeza, 49% talvez e 16% de jeito nenhum. Os índices para o
evangélico foram, respectivamente, de 21%, 46% e 24%. Já para o ateu,
8% votariam com certeza, 33% talvez e 52% jamais o elegeriam. Entre
neopentecostais, a resistência ao político descrente chega a 67%.
Fonte: Guiame, com informações de Folha de São Paulo
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