O candidato petista derrotado à Presidência da República, Fernando Haddad,
se tornou réu na segunda-feira 19 por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro em um caso que envolve suspeita de pagamento irregulares para
quitar dívidas da sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2012. É a
primeira vez que o ex-prefeito se torna réu em uma ação criminal.
O caso é um derivado da Operação Lava Jato. A denúncia foi
apresentada em setembro pelo Ministério Público e acabou aceita pelo
juiz Leonardo Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Barra Funda, em São
Paulo.
A denúncia teve base nas delações do empreiteiro e do doleiro Alberto Youssef,
além de uma investigação da Polícia Federal. O MP acusa a campanha de
Haddad de ter recebido de forma indevida 2,6 milhões de reais da
empreiteira UTC Engenharia para saldar dívidas de campanha.
Além de Haddad, outros cinco suspeitos viraram réus na ação, incluídos o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Ricardo Pessoa,
Alberto Youssef e o ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza. O
Ministério Público também havia denunciado o grupo for formação de
quadrilha, mas esta acusação acabou não sendo aceita pelo juiz.
De acordo com a denúncia, entre abril e maio de 2013, Pessoa,
presidente da UTC, recebeu um pedido de Vaccari para fornecer 3 milhões
de reais. Segundo a acusação, Vaccari atuou como representante de Haddad
na operação, que tinha como objetivo saldar uma dívida de uma gráfica
que pertencia a Francisco Carlos de Souza. Do valor, 2,6 milhões teriam
sido efetivamente pagos.
Após a divulgação da decisão do juiz, Haddad negou qualquer
irregularidade e classificou a conduta do Ministério Público de
abuso. "A denúncia é mais uma tentativa de reciclar a já conhecida e
descredibilizada delação de Ricardo Pessoa", afirmou o ex-prefeito, em
nota.
"Com o mesmo depoimento, sobre os mesmos fatos, de um delator cuja
narrativa já foi afastada pelo STF, o Ministério Público fez uma
denúncia de caixa 2, uma denúncia de corrupção e uma de improbidade.
Todas sem provas, fincadas apenas na desgastada palavra de Ricardo
Pessoa, que teve seus interesses contrariados pelo então prefeito
Fernando Haddad. Trata-se de abuso que será levado aos tribunais",
finaliza a nota.
Haddad havia se tornado réu em agosto, em uma ação de improbidade que
envolve suspeitas na construção de uma ciclovia na capital paulista. Informações www.cartacapital.com.br
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