No último domingo, 04 de novembro, ocorreu o primeiro dia de provas
do ENEM 2018, e uma cena inusitada foi registrada nas redes sociais e
veículos da grande mídia: a venda de “caneta ungida” para os inscritos
no exame.
A imagem do vendedor com uma caixa de isopor vendendo o que seria uma
“caneta ungida”, com o suposto propósito de ajudar na construção da
redação, circulou com força nas redes sociais.
“O brasileiro nem precisa fazer ENEM porque já nasceu com doutorado em
publicidade e propaganda”, comentou o perfil Escola da Depressão no
Twitter, em referência à criatividade do vendedor para fazer seu produto
atraente ao público-alvo.
Esperteza antiga
A prática, apesar de inusitada, não é nova. Em 2013 já se apelava à
fé para estimular a venda de canetas para inscritos no ENEM que não
tivessem se atentado às regras da prova sobre qual modelo e cor de
caneta é necessário: em Manaus, uma ambulante oferecia a chance de
realizar a prova usando uma “caneta ungida”, vendida pelo preço de R$ 1,00.
“Eu mesma abençoei as canetas porque, desde pequena, sou uma serva de
Deus. Uso óleo ungido na igreja para benzer. Quero que os candidatos
tenham sorte neste dia”, alegou a vendedora na ocasião.
Na mesma época, um vendedor do Mercado Livre havia disponibilizado
unidades da marca BIC para os “concurseiros” que estivessem inseguros
quanto ao desempenho nas provas.
Um ano antes, uma filial da Igreja Universal do Reino de Deus em
Brasília convidava os inscritos no ENEM para levarem as canetas que
fossem usadas na prova para serem ungidas em uma reunião especial no
templo, chamada “Jejum das Causas Impossíveis”.
O convite, feito através de um programa de TV, foi alvo de críticas
do pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista da Água Branca (IBAB), que
avaliou a prática como uma busca pelo lucro e se referiu aos
responsáveis como “pastores feiticeiros”, de acordo com informações do
portal O Povo.
Assista ao vídeo da “caneta ungida” no programa da Igreja Universal:
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