Em uma mensagem transmitida através do presidente estadual do PT em
São Paulo, Luiz Marinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
condenado e preso na Lava Jato, pediu reorganização da militância após a
derrota eleitoral do candidato à Presidência Fernando Haddad. No PT,
integrantes do partido admitem a dificuldade de mobilização da esquerda
no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
"Ele disse: diga à
nossa militância que eu estou aqui, mas não arredo um milímetro na
saúde; cabeça erguida, reorganização e vamos vencer, perdemos uma
eleição mas não perdemos a guerra", disse Marinho, em discurso na noite
desta segunda-feira (10) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São
Bernardo do Campo (SP), local onde Lula foi preso ao se entregar à
Polícia Federal, em abril deste ano.
No ato, estão presentes dirigentes do PT, de movimentos e entidades
aliados à legenda e o ex-candidato à Presidência Fernando Haddad.
O
partido relaciona a Declaração dos Direitos Humanos, que comemora 70
anos nesta segunda, para reafirmar que Lula é um preso político.
Militantes distribuem máscaras com a foto de Lula e reúnem cartas e
cartões postais para enviar ao ex-presidente.
Com
um pedido de habeas corpus que teve julgamento interrompido no Supremo
Tribunal Federal (STF), a legenda petista organiza levar militantes para
passar o Natal e a Virada de Ano em frente ao prédio da Polícia Federal
em Curitiba, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril.
Gleisi
Após
o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), pedir um "voto de confiança"
dos que não o apoiaram na eleição, a presidente nacional do PT, Gleisi
Hoffmann, declarou que o País não ficará pacificado enquanto Lula
estiver preso. Bolsonaro discursou na tarde desta segunda durante
cerimônia na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em que ele e seu
vice, general Hamilton Mourão (PRTB), foram diplomados.
No ato no
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Gleisi endureceu o tom contra o
governo Bolsonaro e fez novamente críticas ao ex-juiz Sergio Moro, que
condenou Lula na Lava Jato e será o ministro da Justiça e Segurança
Pública a partir de janeiro.
"A defesa de Lula é a defesa de uma
ideia, é a defesa de um projeto de um povo. E não haverá pacificação do
Brasil enquanto Luiz Inácio Lula da Silva estiver preso", discursou
Gleisi.
Anistia
Durante o ato, o advogado Luiz
Eduardo Greenhalgh, que faz visitas regulares ao ex-presidente na prisão
em Curitiba, defendeu que se discuta anistia no País e declarou que
"tirar Lula" deve ser a principal tarefa dos militantes.
Além
disso, Greenhalgh relacionou a condenação do petista com a nomeação do
ex-juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e Segurança Pública do
governo de Jair Bolsonaro. "Agora se sabe que ele Moro tinha contatos
com o comando e com a alta cúpula desta campanha de Bolsonaro. Agora se
sabe o porquê da perseguição ao Lula."
"O Brasil caminha a passos
largos para uma ditadura no Poder Judiciário. Vamos passar a fazer o que
fizemos na ditadura militar, denunciando torturas, buscando anistia,
redemocratização. Tirar Lula é nossa principal luta, nossa primeira
luta", disse o advogado, enfatizando que o petista quer um julgamento
justo e que é inocente. Informações Estadão
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