Dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
foram assassinados no sábado em acampamento na cidade de Alhandra (PB),
a cerca de 45 quilômetros de João Pessoa, afirmaram o grupo e a
polícia.
Segundo o MST, bandidos entraram encapuzados no acampamento e metralharam a área onde jantavam os agricultores.
A polícia em Alhandra confirmou as mortes e informou que dois
policiais de João Pessoa foram enviados para ajudar a investigar as
mortes e estavam ouvindo testemunhas neste domingo.
Nenhum suspeito foi identificado ou preso, informou a polícia, e os corpos dos ativistas ainda estavam no acampamento.
O MST afirmou que os homens assassinados eram José Bernardo da Silva e
Rodrigo Celestino, coordenadores do acampamento, “o que evidencia o
caráter de crime para intimidar a luta pela terra”. O grupo cobrou uma
investigação rápida do crime e prisão dos assassinos e disse que o
acampamento abriga 450 famílias, que produzem “numa terra que foi
encontrada abandonada, totalmente improdutiva e que havia se tornado
apenas um bambuzal”. O proprietário, segundo o MST, é o grupo Santa
Tereza.
Ainda segundo o MST, Silva era irmão de Odilon da Silva, membro do
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e também assassinado na
Paraíba, há nove anos.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, os assassinados relacionados a
disputas de terra no Brasil somaram 70 no ano passado. A entidade
afirmou em relatório divulgado em abril que o número é o mais alto desde
2003, quando 73 pessoas foram assassinadas em conflitos fundiários no
país.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, considera o MST como um grupo
terrorista. Grupos como o MST temem que a posição de Bolsonaro sobre a
questão possa estimular ainda mais violência em regiões rurais do país. Informações Exame
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