O presidente Jair Bolsonaro fez uma espécie de desabafo e um
‘mea culpa’ diante das dificuldades que o cargo impõe. “Desculpem as
caneladas. Não nasci para ser presidente, nasci para ser militar”, disse
em discurso no Palácio do Planalto para inauguração do Espaço de
Atendimento de Ouvidoria da Presidência da República. Na quinta-feira,
4, o presidente também se desculpou pelas “caneladas” em reunião com
presidentes de alguns partidos, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni.
Nesta sexta-feira, 5, em tom de brincadeira, ele também afirmou que
às vezes se pergunta o que fez para “merecer isso”. “Às vezes me
pergunto, meu Deus, o que fiz para merecer isso? É só problema”, afirmou
sobre a função de presidente da República, rindo, ao finalizar sua fala
no evento de inauguração. Ele deu a declaração ao falar que não possui
qualquer ambição e que não lhe “sobe à cabeça” o fato de ser presidente.
Depois do evento, ao ser questionado se o cargo é mais difícil do que
pensava, o presidente negou e falou que “sabia das dificuldades por ser
um País grande”. Ele justificou que existem “muitos vícios no Brasil”.
Citou como fatores de preocupação a violência, a empregabilidade e a
educação. Sobre a fala de que “não nasceu para presidente”, disse, aos
risos, que “tem que se virar para não ser engolido”.
Questionado se os problemas mencionados no discurso estariam
relacionados também às dificuldades no diálogo com parlamentares e
partidos políticos, respondeu que “cada um vai defender seus interesses”
e que “isso é natural”. “Temos que convencer o pessoal para mostrar a
questão da (reforma) da Previdência. Se não aprovar agora, pelo menos
grande parte, daqui dois a três anos vai faltar dinheiro para pagar quem
está na ativa, vamos virar uma Grécia”, declarou na coletiva de
imprensa.
O presidente voltou a admitir que a proposta de capitalização na
reforma da Previdência poderá não ser aprovada pelo Congresso e deixar a
proposta para outra oportunidade. Ele já havia falado sobre a
possibilidade em café da manhã com jornalistas, pela manhã.
“Nós queremos aprovar o que está aí, mas se os parlamentares
entenderem que está complicado, difícil de explicar agora, podem decidir
deixar para outra oportunidade”, disse na tarde desta sexta a
jornalistas. “A gente gostaria que a proposta enviada fosse aprovada na
íntegra, mas com toda certeza vai ser aperfeiçoada por parte do
parlamento”, minimizou Bolsonaro. Istoé
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