Em entrevista hoje ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a criticar gestões petistas e
afirmou que, no que depender de seu governo, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) não sairá da cadeia até terminar de cumprir todo o
seu tempo de prisão.
Lula está preso desde abril do ano passado na
Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba. Ele foi condenado
pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de
Guarujá (SP).
Pelo perfil dos nossos ministros, ele (Lula) não terá chance,
no que depender de nós, não terá chance de conseguir sua liberdade na
forma da lei
Presidente Jair Bolsonaro (PSL)
Presidente Jair Bolsonaro (PSL)
Segundo Bolsonaro, a prisão "deve ser o lugar dos que, no passado, ousaram assaltar o nosso país".
"Trabalharemos para que a lei seja cumprida, seja respeitada e que ele cumpra até o último dia da prisão."
A declaração do presidente vem depois de Lula tê-lo criticado e afirmado, em entrevista à Folha, que o país é governado por um "bando de maluco". No fim de semana, Bolsonaro rebateu: "pelo menos, não é de cachaceiro".
Hoje,
o presidente voltou a criticar a possibilidade de Lula conceder
entrevista dentro da cadeia. A permissão foi dada pelo presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. "Se eu fosse ministro do
Supremo Tribunal Federal, eu jamais permitiria não só o Lula, mas
qualquer um condenado a dar entrevista junto à imprensa", disse.
Soltura de Lula não depende de Bolsonaro
Apesar
da intenção declarada de Bolsonaro de que Lula não seja solto, ele e
seus ministros não têm poderes para tal. A decisão fica com o
Judiciário, não com o poder Executivo.
Lula foi condenado no caso
do tríplex em julho de 2017 em primeira instância pelo então juiz
federal Sergio Moro. Depois, em janeiro de 2018, a pena foi aumentada
pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), responsável pelos
casos em segunda instância da Lava Jato.
Na semana passada, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve a condenação de Lula no caso do tríplex, mas reduziu a pena para 8 anos, 10 meses e 20 dias.
A diminuição da pena abriu caminho para que o ex-presidente migre em
setembro deste ano para o regime semiaberto - em que o preso dorme na
cadeia, mas pode sair durante o dia.
Lula ainda pode recorrer
novamente ao STJ e, depois, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O
ex-presidente ainda pode ser beneficiado caso a corte mais alta do país
reveja seu entendimento que permite execução da pena após condenação em
segunda instância.
O petista ainda é alvo de outros dois processos
na Lava Jato. Em um, referente ao sítio de Atibaia (SP), ele já foi
condenado em primeira instância a 12 anos e 11 meses de prisão por
corrupção e lavagem. O outro, relacionado a um terreno para o Instituto
Lula em São Paulo, está concluso para sentença.Uol
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