Em nota, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, na noite deste domingo 9, a publicação do site The Intercept Brasil que mostra troca de mensagens atribuídas a Sergio Moro e Deltan Dallagnol sobre
investigações da Lava Jato envolvendo o petista. O conteúdo sugere
falta de isenção dos procuradores em episódios como a proibição de que
Lula concedesse uma entrevista às vésperas das eleições de 2018.
Mais cedo, a Força-Tarefa da Lava Jato classificou a ação como um “ataque criminoso”
à operação. Sergio Moro também se manifestou sobre as denúncias e
declarou que lamenta “a falta de indicação de fonte de pessoa
responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores”. Ele
classifica o conteúdo como “supostas mensagens” e diz que “não se
vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto
magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do
sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de
corrupção revelado pela Operação Lava Jato”.
Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, advogados de
Lula, afirmam que as conversas divulgadas demonstram “uma atuação
combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo
pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e
retirar a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.
“Ninguém pode ter dúvida de que os processos contra o ex-presidente
Lula estão corrompidos pelo que há de mais grave em termos de violações a
garantias fundamentais e à negativa de direitos”, declaram os
advogados, que pedem, de forma “urgente”, o restabelecimento da
liberdade do petista.
O texto afirma, ainda, que Lula “não praticou qualquer crime e que é
vítima de “lawfare”, que é a manipulação das leis e dos procedimentos
jurídicos para fins de perseguição política”.
Veja, abaixo, a íntegra da nota divulgada pela defesa de Lula:
Em diversos recursos e em comunicado formalizado perante o Comitê
de Direitos Humanos da ONU em julho de 2016 demonstramos, com inúmeras
provas, que na Operação Lava Jato houve uma atuação combinada entre os
procuradores e o ex-juiz Sergio Moro com o objetivo pré-estabelecido e
com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a
liberdade do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reportagem
publicada hoje (09/06/2019) pelo portal “The Intercept” revela detalhes
dessa trama que foi afirmada em todas as peças que subscrevemos na
condição de advogados de Lula a partir dos elementos que coletamos nos
inquéritos, nos processos e na conduta extraprocessual dos procuradores
da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro.
A atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com
objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas
arbitrariedades. A esse cenário devem ser somadas diversas outras
grosseiras ilegalidades, como a interceptação do principal ramal do
nosso escritório de advocacia para que fosse acompanhada em tempo real a
estratégia da defesa de Lula, além da prática de outros atos de
intimidação e com o claro objetivo de inviabilizar a defesa do
ex-Presidente.
Ninguém pode ter dúvida de que os processos contra o
ex-Presidente Lula estão corrompidos pelo que há de mais grave em termos
de violações a garantias fundamentais e à negativa de direitos. O
restabelecimento da liberdade plena de Lula é urgente, assim como o
reconhecimento mais pleno e cabal de que ele não praticou qualquer crime
e que é vítima de “lawfare”, que é a manipulação das leis e dos
procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. Veja
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