Os cristãos dizem que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas mesmo entre
os fiéis protestantes, apenas um terço dedica um tempo para leitura
diária. Essa constatação foi feita em um estudo realizado este ano.
O
instituto Lifeway Research de Nashville realizou a edição 2019 do
estudo “Discipleship Pathway Assessment” e descobriu que aqueles que
frequentam regularmente igrejas protestantes são inconsistentes em ler e
pensar sobre as Escrituras.
O estudo identifica o engajamento da Bíblia como um dos oito sinais
que aparecem consistentemente nas vidas dos cristãos em crescimento.
“Esta pesquisa perguntou aos frequentadores da igreja sobre muitas
características bíblicas para ver quais ações, crenças e desejos estão
presentes na vida dos seguidores de Cristo”, disse Scott McConnell,
diretor executivo da LifeWay Research. “Entre eles, a leitura da Bíblia
foi uma das mais preditivas da maturidade espiritual”.
Leitura regular da Bíblia
Um
terço dos entrevistados que frequentam uma igreja protestante
regularmente (32%) diz que lê a Bíblia pessoalmente todos os dias. Cerca
de um quarto (27%) diz que lê algumas vezes por semana.
Poucos
dizem que só leem uma vez por semana (12%), algumas vezes por mês (11%)
ou uma vez por mês (5%). Perto de 1 a cada 8 (12%) admitem que raramente
ou nunca leem a Bíblia.
O mesmo estudo, realizado em 2016 pela
LifeWay Research descobriu que 1 em cada 5 cristãos americanos disseram
ter lido toda a Bíblia pelo menos uma vez. No entanto, mais da metade
disse que leu pouco ou nada disso.
No último estudo,
frequentadores da igreja com idades entre 50 e 64 anos têm maior
probabilidade de dizerem que leem a Bíblia todos os dias (35%) do que os
adultos com menos de 50 anos (30%).
Os frequentadores da igreja
no oeste dos EUA (37%) são mais propensos a serem leitores da Bíblia
todos os dias do que aqueles no Centro-Oeste (31%) ou no Sul (31%).
Os
hispânicos são a etnia mais propensa a dizer que leem as Escrituras
todos os dias (40%). Aqueles que frequentam a igreja quatro vezes por
mês ou mais (34%) são mais propensos a ler todos os dias do que aqueles
que frequentam com menos frequência (27%).
Protestantes
pentecostais (36%) e protestantes negros (30%) também são mais propensos
do que os protestantes tradicionais (20%) a dizerem que leem as
Escrituras todos os dias.
“A oração de Jesus por Seus seguidores
era que eles seriam santificados pela verdade da Palavra de Deus”, disse
McConnell. “Não é de surpreender que as vidas daqueles que passam o
tempo lendo a Bíblia se pareçam mais com Cristo”, acrescentou o
executivo.
Impacto da leitura regular da Bíblia
Em
um estudo de 2016 sobre pais protestantes que frequentavam igrejas, a
LifeWay Research descobriu que a leitura regular da Bíblia, quando
criança, era o maior fator na indicação de saúde espiritual de adultos
jovens. A última pesquisa descobriu que a leitura da Bíblia na vida
adulta tem efeitos de longo alcance semelhantes.
A LifeWay
Research perguntou aos fiéis se eles pensam sobre as verdades bíblicas
ao longo do dia, se dedicam tempo com Deus e se passam vários dias sem
ler a Bíblia. As respostas a essas perguntas estão intimamente ligadas à
regularidade com que os frequentadores da igreja leem a Bíblia.
Quando
perguntados se estão pensando em verdades bíblicas ao longo do dia, 32%
dos fiéis protestantes concordaram fortemente. No total, quase 7 em 10
pelo menos concordaram um pouco (69%). 12% discordaram e 20% não têm
certeza. As mulheres (33%) são mais propensas que os homens (29%) a
concordarem fortemente com essa afirmação.
Os frequentadores de
igrejas com 65 anos ou mais (27%) têm a idade demográfica menos propensa
a concordar fortemente, enquanto os hispânicos (52%) são a etnia com
maior probabilidade de concordar fortemente.
Protestantes pentecostais (35%) e protestantes negros (33%) são mais
propensos do que os protestantes tradicionais (18%) a concordar
fortemente.
Entre os fiéis protestantes que dizem ler a Bíblia todos os dias, 51% dizem que pensam em verdades bíblicas durante o dia.
Para
aqueles que leem a Bíblia algumas vezes por semana, 32% dizem o mesmo.
Isso cai para 20% dentre os que fazem uma leitura das Escrituras uma vez
por semana a algumas vezes por mês, e 9% daqueles que leem uma vez por
mês ou menos.
“Este é um caso em que a ação de ler a Bíblia
influencia os pensamentos de alguém”, disse McConnell. “Essa atenção
plena nas verdades de Deus tem benefícios adicionais de influenciar
outras ações e discursos”.
Um terço dos fiéis protestantes (33%)
concorda fortemente que eles dedicam tempo com Deus se passarem vários
dias sem ler a Bíblia. Quase 3 em 5, pelo menos, concordam um pouco
(58%). Cerca de 1 em cada 5 discorda (20%) e 22% não concorda nem
discorda.
As mulheres (36%) são mais propensas a concordar
fortemente do que os homens (30%). Os fiéis hispânicos (44%) são mais
propensos a concordar fortemente do que afro-americanos (36%) e fiéis
brancos (31%).
Aqueles com 65 anos ou mais são o grupo etário
menos provável a concordar fortemente em perder o tempo com Deus quando
passam vários dias sem ler a Bíblia (27%). Protestantes pentecostais
(38%) e protestantes negros (33%) são mais propensos a concordar
fortemente do que os protestantes tradicionais (19%).
Quanto mais
regular o hábito de leitura da Bíblia, mais provável é que os
frequentadores da igreja digam que sentem falta desse tempo com Deus.
Entre os fiéis protestantes que leem a Bíblia todos os dias, 65%
concordam fortemente. Esse número é cortado pela metade entre aqueles
que lêem as Escrituras algumas vezes por semana (32%). Ele continua a
diminuir entre aqueles que lêem uma vez por semana ou algumas vezes por
mês (13%) e entre aqueles que lêem uma vez por mês ou menos (6%).
“Uma
indicação de que ler a Palavra de Deus é benéfica é o quanto os
leitores sentem falta depois de não ler por alguns dias”, disse
McConnell. “Isso se encaixa com a própria descrição da Bíblia de si
mesmo como sendo ‘vivo e eficaz’”, enfatizou o responsável pelo estudo,
de acordo com informações da LifeWay Research.
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