A transformação de uma pequena sala na Câmara Municipal de São Paulo em
espaço ecumênico, sob ordem do vereador Eduardo Tuma (PSDB), atual
presidente da Casa, levou o jornal Folha de S. Paulo a sugerir que estaria havendo privilégios a evangélicos.
Tuma, que é evangélico e membro da igreja Bola de Neve, usou uma sala de
reuniões de pequeno porte para transformar o espaço em um local para
realização de atos religiosos aberto a todas as crenças. Como a presença
de evangélicos é grande entre vereadores e servidores, o espaço vem
tendo agendamento para cultos com frequência.
“Oficialmente, trata-se de um espaço ecumênico. Na prática,
a alteração do espaço da casa mostra o poder cada vez maior da bancada
evangélica na Câmara —hoje quase 25% dos vereadores. Só na mesa
diretora, chefiada por Tuma e responsável pela administração da Casa, ao
menos três dos cinco membros fazem parte deste grupo”, escreveu o
jornalista Artur Rodrigues.
A sala, localizada no subsolo da
Câmara, costumava ser ocupada para reuniões de comissões como a de
Educação e conselhos como o de Políticas para Drogas e Álcool, além da
Escola do Parlamento, de acordo com informações do jornal. Ela é uma de
um total de oito espaços equipados com acesso ao sistema de auditórios
online, com transmissão em tempo real.
Como existem outras sete salas com a mesma capacidade, Tuma
decidiu usar essa para atender a demanda de servidores que buscam um
espaço para comunhão. O vereador trocou a mesa em formato de U, com
microfones, por várias cadeiras, flores e um púlpito. G+
A mudança
foi feita através de um projeto de resolução da mesa diretora. A
Presidência da Câmara argumentou que não desrespeita a laicidade do
Estado e que segue o exemplo de outras instituições, como o Congresso
Nacional, que disponibiliza salas para a realização de eventos
religiosos.
“Não haverá prejuízo à realização dos eventos citados
pela reportagem, como reuniões de comissões, conselhos e da Escola do
Parlamento, que serão mantidos nos demais auditórios […] O local somente
será aberto após a deliberação. O objetivo é possibilitar um espaço de
reflexão, de uso público, independentemente de crença, religião ou
sincretismo religioso”, diz nota da Presidência da Câmara Municipal
sobre os questionamentos feitos pela Folha.
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