Para o líder do PSL na Câmara, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), é uma
questão de justiça os dissidentes da legenda de Luciano Bivar (PE)
levarem sua parte do fundo partidário para a Aliança pelo Brasil, sigla
que o presidente Jair Bolsonaro quer criar.
As declarações foram dadas pelo filho do presidente na noite desta
terça-feira (12), na saída de uma reunião de uma hora na liderança do
governo na Câmara. Participaram os deputados que já sinalizaram que
devem deixar o PSL e migrar para a Aliança.
O fundo partidário financia, com verbas públicas, o funcionamento das
legendas. A distribuição dos recursos leva em conta os votos obtidos na
última eleição para a Câmara. Mudanças nas bancadas ao longo da
legislatura não são consideradas na hora da divisão.
– Se trouxer o fundo é bom por uma questão de justiça, porque o
injusto é você ter sido eleito, sair do partido e ficarem tão poucos
deputados no PSL e eles terem esse fundo todo à disposição deles –
defendeu Eduardo.
Segundo o deputado, o lado positivo de sair sem os recursos é atrair
“pessoas que são mais conectadas” com as ideias bolsonaristas.
– Você afasta um pouco aquele perfil de político, principalmente de
candidato, que só vai para o partido que tem fundo eleitoral, que não é
nosso objetivo. Nosso objetivo é ter um alinhamento com pessoas – disse.
O anúncio de que Bolsonaro vai deixar o PSL foi feito em reunião com
deputados aliados e, mais tarde, na conta do presidente em rede social.
– Hoje anunciei minha saída do PSL e início da criação de um novo
partido: “Aliança pelo Brasil”. Agradeço a todos que colaboraram comigo
no PSL e que foram parceiros nas eleições de 2018″, disse o presidente.
Os parlamentares dissidentes pretendem alegar perseguição política
para deixar o PSL, o que permitiria que mantivessem seus mandatos e, a
depender do entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), levassem
também os recursos do fundo. O líder do partido na Câmara, no entanto,
não quis detalhar a estratégia que será adotada.
A intenção é que o novo partido esteja formalizado já em março, que é
o prazo final para que se filiar a um partido e sair candidato nas
eleições municipais, afirmou Eduardo, que enfatizou em mais de uma
ocasião que a prioridade do novo partido será atrair pessoas alinhadas
com a agenda liberal conservadora.
– Nós vamos ser um partido ideológico, não um partido que visa ter a
maior bancada, mas que visa ter maior qualidade. Aquela representação
mais à direita, com bandeiras liberais conservadoras – afirmou.
Mesmo que não seja o presidente formal da Aliança, Jair Bolsonaro
será “o grande líder” da legenda. Enquanto o novo partido não sai do
papel, o líder do PSL não acredita que a ala alinhada a Bivar vá
bloquear votações importantes para o governo em represália à saída dos
parlamentares aliados de Bolsonaro.
– Eu não acredito que, pelo fato de nós estarmos indo para outro
partido, que aqueles remanescentes no PSL venham a virar pessoas de
extrema-esquerda, por exemplo. Acredito que a convergência é natural –
apontou Eduardo.
O parlamentar comentou ainda uma declaração que deu no dia anterior,
de que seria eleito governador, embora a Constituição vede que isso
aconteça enquanto seu pai for presidente do Brasil.
– Aquilo foi da boca pra fora. Eu não tenho condição de ser
governador pela minha condição de filho do presidente. Só posso ser
candidato à reeleição a deputado federal. Não tenho esse objetivo, não –
completou.
*Folhapress
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