Desde a última quinta-feira (2), data em que comemorou 99 anos, o
Cruzeiro iniciou uma série de demissões e desligamentos na sede
administrativa. Além de vários cargos, o clube também enxugou alguns
setores, medida que deve continuar acontecendo nos próximos dias.
Precisando fazer cortes profundos para se adequar à nova
realidade, o núcleo transitório de dirigentes quer apresentar o novo
orçamento após a reapresentação dos atletas e promete uma economia
surpreendente como o primeiro passo para a reestruturação do clube.
Pelo menos 50 nomes serão desligados do Cruzeiro. Os números e nomes
serão divulgados pelo clube nas próximas semanas, após oficializar todas
as saídas. Profissionais que recebiam diferentes remunerações já foram
desligados.
Alguns deles são conhecidos, como o ex-goleiro e ídolo Raul
Plassmann. Outros eram ligados ao ex-presidente Wagner Pires de Sá, como
Alexandre Comoretto, o Gaúcho, articulador político de Wagner e Itair
Machado. Nos próximos dias, os diretores Flávio Pena (financeiro) e
Fabiano de Oliveira (jurídico) também deixarão a agremiação.
A forte política de corte de gastos é explicada pela alta dívida do
Cruzeiro, que já ultrapassa os R$ 700 milhões. Para efeito de
comparação, o orçamento celeste em 2018 girou em torno de R$ 380
milhões. Para 2020, a previsão é de até R$ 80 milhões, de acordo com
Vittorio Medioli, CEO da Raposa. Essa previsão foi feita para todo o
clube, não apenas para os gastos com o departamento de futebol.
A urgência em cortar gastos em vários setores é tão grande que a
situação dos jogadores ainda está “na fila” das prioridades. Atletas
importantes sequer iniciaram as conversas para definirem o futuro na
Toca da Raposa. Isso só será feito a partir da próxima segunda-feira
(6), quando o plantel irá se reapresentar para a temporada.
Nem mesmo jogadores considerados pilares no clube, como Fábio,
Henrique e Léo, estão com suas situações encaminhadas. Saulo Fróes,
presidente do núcleo gestor, reafirmou que o teto salarial de R$ 150 mil
será rigorosamente respeitado e não haverá exceções para não “repetir o
filme do passado”.
A mesma negociação será feita com o futuro diretor de futebol. O nome
de Alexandre Mattos segue como preferido de Pedro Lourenço, responsável
pelo departamento de futebol. Mas, se o dirigente topar voltar ao
Cruzeiro, ele também terá que se adequar à nova realidade.
Independente de ser Mattos ou outro diretor, é quase certo que
Marcelo Djian, que hoje ocupa a diretoria de futebol, também seja
demitido.
*Folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário