O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu desculpas, nesta segunda-feira, pela declaração em que compara servidores públicos a parasitas.
Ele reafirmou que sua fala foi tirada de contexto e que se referia a
estados e municípios em casos extremos, quando toda a receita vai para salários, e não para saúde, educação e segurança.
“Eu
me expressei muito mal, e peço desculpas não só a meus queridos
familiares e amigos, mas a todos os exemplares funcionários públicos a
quem descuidadamente eu possa ter ofendido. Eu não falava de pessoas e
sim do risco de termos um estado parasitário, aparelhado politicamente,
financeiramente inviável”, escreveu o ministro, em mensagem encaminhada a
jornalistas.
“O
erro é sistêmico e não é culpa das pessoas que cumprem os seus deveres
profissionais como é o caso da enorme maioria dos servidores público”,
acrescentou Guedes.
A polêmica acontece em momento em que o
governo finaliza projeto de reforma administrativa em que irá propor
mudanças nas regras de reajustes salariais e de promoções para novos
servidores.
“Se o Estado existe para si próprio então é como um
parasita (o Estado perdulário) maior que o hospedeiro (a sociedade). Eu
não falava de pessoas, falava dos casos extremos em que municípios e
Estados gastam todas as receitas com salários elevados de modo que nada
sobrava para educação, segurança, saúde e saneamento”, prosseguiu o
ministro.
A declaração de Guedes, na última sexta-feira, foi dada
durante uma palestra em que comentava a importância da reforma
administrativa.
— O funcionalismo teve aumento 50% acima da inflação. Além disso, tem estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara (servidor) virou um parasita. O dinheiro não chega no povo e ele (servidor) quer reajuste automático — disse Guedes durante o evento.
— O funcionalismo teve aumento 50% acima da inflação. Além disso, tem estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara (servidor) virou um parasita. O dinheiro não chega no povo e ele (servidor) quer reajuste automático — disse Guedes durante o evento.
Em nota, no mesmo dia, após receber as inúmeras críticas de funcionários públicos, sindicatos e associações que representam a categoria. O ministro afirmou que sua fala fora retirada de contexto.
Em
comunicado à imprensa distribuído pelo ministério, Guedes disse que
"lamenta profundamente" o que considerou um desvio de foco do debate
sobre a transformação do Estado.
Nesta segunda, o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o uso de "termos pejorativos"
acirra os "enfrentamentos" necessários para a aprovação da reforma
administrativa. Sem se referir diretamente à fala de Guedes, Maia
afirmou que os servidores devem ser tratados "com respeito".
—
Teremos enfrentamentos na reforma administrativa e na reforma
tributária. Todos os servidores públicos têm que ser tratados com muito
respeito, e o enfrentamento feito com termos pejorativos gera conflitos
que atrapalham o nosso debate. Mas a sociedade não aceita mais
concentrar riqueza na mão de poucos e não ser atendida pelo Estado —
disse Maia. Extra
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