Ronaldinho Gaúcho, de 39 anos, e seu irmão Roberto de Assis,
de 49 anos, chegaram algemados para uma audiência, às 10h deste sábado
(7), no Palácio da Justiça, em Assunção (o horário local é o mesmo de
Brasília). O jogador cobriu as algemas com um pano. O objeto ficou
visível apenas nas mãos de Assis.
Eles deixaram a Agrupácion Especializada da Policia Nacional, onde
estão detidos, para comparecer à uma audiência com juíza Clara Ruiz
Diaz. Ela irá decidir se os irmãos permanecerão em detenção preventiva
enquanto a investigação pelo uso de documentos falsos é realizada ou se
serão aplicadas medidas alternativas.
A detenção preventiva no Paraguai é medida utilizada quando se
acredita na existência do risco de fuga da pessoa investigada. Ela pode
durar até 48 horas, prazo máximo para que o detido seja submetido a um
juiz ou que a detenção seja revogada. Também foi pedida a prisão
preventiva dos dois, medida que precisa de autorização judicial.
Segundo o Ministério Público paraguaio, Ronaldinho e seu irmão
entraram na quarta (4) no país portando passaportes e cédulas de
identidades paraguaios falsos. Os números dos documentos apreendidos
pertencem a outras pessoas, que estão detidas.
A defesa de Ronaldinho e Assis apontou o empresário brasileiro
Wilmondes Sousa Lira como responsável por entregar a eles os passaportes
falsos. Ele está em prisão preventiva. Duas mulheres, María Isabel
Galloso e Esperanza Apolônia Caballero, donas das cédulas de identidade
adulteradas, também foram denunciadas e estão em prisão domiciliar.
Na quinta-feira (5),o Ministério Público paraguaio havia decidido não
acusar os irmãos pelo uso dos documentos falsos. De acordo com o
promotor público Frederico Delfino, ambos “foram enganados em sua
boa-fé” e acabaram beneficiados pelo “critério de oportunidade”, item do
código penal paraguaio usado quando os suspeitos admitem delito e não
têm antecedentes criminais.
Delfino defendeu que os irmãos deveriam ser punidos com multa ou
prestação de serviço comunitário. O promotor, no entanto, deixou claro
que a decisão final seria tomada por um juiz.
Na sexta-feira, uma reviravolta aconteceu após audiência de mais de
seis horas com o juiz Mirko Valinotti. Ele decidiu que o caso deveria
ser remetido para a procuradora-geral do Estado, Sandra Quiñónez, que
revisaria a decisão inicial da Promotoria em até dez dias.
Poucas horas depois da audiência, ainda na noite de sexta, os irmãos foram detidos enquanto estavam no hotel Sheraton.
O ex-atleta chegou ao Paraguai com uma agenda repleta de
compromissos. Convidado por Nelson Belotti, um dos donos do cassino Il
Palazzo, que fica no hotel onde o ex-camisa 10 da seleção brasileira
estava hospedado inicialmente com seu irmão Assis, e pela empresária
Dalia López, anfitriã da visita do pentacampeão do mundo ao Paraguai,
Ronaldinho a princípio ficaria do dia 4 ao dia 7 de março na região de
Assunção.
Uma página no Facebook, Ronaldinho en Paraguay, anunciava nos últimos
dias quais seriam os compromissos do brasileiro ao lado de Dalia,
representante da Fundação Fraternidade Angelical, que teria sido fundada
em 2019 e aparece como apoiadora do evento.
Segundo jornal ABC Color, do Paraguai, a empresária era, até esta semana, “desconhecida pelo grande público”.
De acordo com a programação, Ronaldinho Gaúcho participaria do
lançamento do programa Móvel de Saúde para Meninas e Meninos, uma
iniciativa anunciada pela empresária para oferecer assistência médica
gratuita a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade por
todo o país.
*Folhapress
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