A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) entrará
com uma ação na Justiça contra a decisão do procurador-geral da
República, Augusto Aras, de centralizar todas as demandas relativas ao
coronavírus na PGR. Antes, os pedidos das demais instâncias do
Ministério Público eram enviados diretamente aos ministérios.
De acordo com a ANPR, a medida de Aras é “raríssima” nos 46
anos de existência da PGR. Além disso, procuradores dizem que decisão
fere a independência funcional dos investigadores do órgão.
Em um dos ofícios, por exemplo, endereçado ao ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, Aras pede o “reencaminhamento das referidas
recomendações a este Gabinete Integrado [grupo executivo criado no MPF]
para que proceda ao exame da matéria, preservando-se as atribuições dos
órgãos superiores do Ministério Público Federal”.
O que preocupa a entidade representativa do MPF, de acordo com entrevista concedida à revista Veja, é justamente a parte do texto em que Aras cita o “exame da matéria”.
“A lei não ampara qualquer tipo de hierarquia sobre as recomendações
que são enviadas pelos membros do Ministério Público com atuação no
primeiro grau. Em nenhuma hipótese. São os colegas que atuam na ponta,
conhecendo a realidade local, que podem adotar medida rápida tentando
solucionar essas questões de forma extrajudicial”, diz Fábio George,
presidente da ANPR.
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