A reunião, que não estava prevista na agenda oficial da Presidência,
foi no Palácio da Alvorada, com toda a equipe econômica. E lá mesmo, ao
lado do presidente do Banco Central e dos ministros da Agricultura, da
Infraestrutura e da Economia, o presidente Jair Bolsonaro manifestou
total apoio a Paulo Guedes.
“Acabei mais uma reunião aqui tratando de economia e o homem que decide
economia no Brasil é um só, chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte,
as recomendações e o que nos realmente devemos seguir. Nós temos um
Parlamento bastante sensível e simpático às causas voltadas para a
economia.
Há uma preocupação muito grande nossa de total
responsabilidade com os gastos públicos. Temos algumas reformas pela
frente que brevemente estarão sendo discutidas e votadas”, destacou o
presidente.
Guedes disse que o governo segue firme com a política econômica de
responsabilidade fiscal: “Queremos reafirmar justamente a todos que
acreditam na política econômica que ela segue, é a mesma política
econômica, nós vamos prosseguir com nossa reformas estruturantes.econômica, nós vamos prosseguir com nossa reformas estruturantes. Vamos
trazer bilhões em investimentos em saneamento e infraestrutura, em
reforço para a safra, tivemos uma supersafra, a logística está
funcionando com o Tarcísio, a supersafra com a ministra Tereza, e o
presidente está coordenando isso. Então, acho que essa reafirmação do
presidente que nós estamos na mesma trajetória, é claro que o mundo
inteiro está gastando mais agora por causa da crise, então nós também
temos que gastar mais, só que é um ano excepcional, extraordinário.”
Com o apoio público ao ministro Paulo Guedes, o presidente Bolsonaro
tenta afastar os rumores de que haverá mudanças na política econômica.
Na semana passada, Paulo Guedes e a equipe dele não participaram do
lançamento do programa Pró-Brasil, apresentado no Palácio do Planalto
pelo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto.
O programa prevê aumento dos gastos públicos: R$ 30 bilhões em
investimentos em obras públicas. Promete gerar um milhão de empregos e
fazer a economia voltar a girar após a pandemia. Guedes defende
investimentos privados.
Na entrevista, ele classificou o Pró-Brasil como estudos na área de
infraestrutura, de construção civil, e ainda se posicionou contrário à
derrubada do teto de gastos, um mecanismo constitucional para controlar o
crescimento das despesas. Não permite que elas cresçam acima da
inflação do ano anterior.
O economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas, diz que essa
saída depende de como o Palácio do Planalto vai reordenar os gastos
públicos. Hoje, por causa da pandemia do novo coronavírus, os gastos do
governo federal cresceram muito, pressionando o teto de gastos. E ainda
há uma outra obrigação fiscal, a regra de ouro, que proíbe o
endividamento para pagar despesas correntes, como salários. O governo
depende agora de decisões do Congresso para não descumprir essa regra.
“É preciso que isso seja feito de forma equilibrada, quer dizer, que
esteja inclusive no orçamento. Não se pode cogitar gastos fora do
orçamento, em valores exorbitantes e bilionários, sem que o país tenha
condições para que possa, inclusive, pagá-los, até porque quem vai pagar
tudo isso somos nós, a sociedade. A iniciativa privada é uma
alternativa desde que ela tenha confiança, segurança jurídica e
confiança no que vai acontecer com o país nos próximos meses ou nos
próximos anos”, afirmou Gil Castello Branco.
À tarde, Paulo Guedes se encontrou com o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre, para tentar chegar a um acordo sobre a proposta de socorro
financeiro a estados e municípios.
No mercado financeiro, depois de cair mais de 4,5% na sexta-feira (24),
o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo subiu, nesta
segunda, 3,86% com a demonstração de apoio do presidente Jair Bolsonaro à
equipe econômica.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que vai incluir uma
contrapartida no projeto de socorro a estados e municípios. A ajuda só
ocorreria se não houvesse aumento de salário de servidores por 18 meses.
O Senado deve analisar o projeto nesta semana. JN
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