As ruínas de uma antiga cidade israelense guardavam uma representação
artística de Jesus Cristo, e o trabalho foi descoberto por um grupo de
arqueólogos no que seria um antigo templo. Essa representação retrata
Jesus com aparência diferente do que se habituou a desenhar no mundo
ocidental.
A historiadora de arte Emma Maayan-Fanar comentou a descoberta da
pintura, encontrada nas ruínas de Shivta, na vila agrícola bizantina no
deserto de Negev, em Israel. “Seu rosto está bem ali, olhando para nós”,
disse a especialista, sobre a pintura encontrada nas ruínas de uma
igreja, feita com o propósito de retratar o batismo de Jesus.
Em entrevista ao portal israelense Haaretz,
Emma explicou que a percepção ocidentais em relação à aparência de
Jesus, geralmente com cabelos longos e soltos, é o oposto do que a
pintura registra. Nela, o nazareno tem cabelo curto e encaracolado,
rosto comprido e nariz comprido.
Embora a descoberta ainda careça ser melhor estudada para, por
exemplo, apontar uma datação histórica mais precisa, acredita-se que ela
possa pertencer ao século II, já que a cidade de Shivta teria sido
fundada nessa época.
Indicativos
A pintura descoberta mais recentemente corrobora as impressões que
arqueólogos já haviam tido quando outra pintura relativa a Jesus foi
descoberta na mesma cidade. Esta, porém, não se dedica à aparência, mas a
registrar o momento da transfiguração.
Emma Maayan-Fanar acredita que foi a primeira a descobrir que os
resquícios da pintura são uma representação da imagem de Cristo: “Eu
estava lá no momento certo, no lugar certo com o ângulo direito de luz
e, de repente, eu vi os olhos. Era o rosto de Jesus no Seu batismo,
olhando para nós”, contou.
O marido da historiadora, Dror Maayan, participava da expedição e
registrou os indícios da pintura com fotos. Agora, a descoberta tem sido
classificada como “extremamente rara”, uma vez que registros sobre a
aparência de Jesus sejam praticamente inexistentes em Israel.
Embora seja um ponto irrelevante no aspecto teológico, a aparência de
Jesus tem sido alvo do interesse de diversos historiadores: “As
representações iniciais de Jesus continuam a ser usadas atualmente. Elas
foram baseadas na imagem de um imperador e influenciadas por
apresentações de deuses pagãos”, comentou o historiador Joan E. Taylor
em um artigo do portal The Irish Times em
fevereiro deste ano. “O cabelo comprido e barba são importados
especificamente a partir da iconografia do mundo greco-romano. Algumas
das mais antigas representações de Jesus o retratam como uma versão mais
jovem” informações gospel+
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