O presidente
eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que se ele errou em conduzir
recebimento de quitação de empréstimos por devedores por meio da conta
bancária de sua mulher, Michele, ele arcará com as consequências com a
Receita Federal.
"Se eu errei eu arco com minhas responsabilidades
com o Fisco, sem problema nenhum" afirmou a jornalistas após
participar de cerimonia de formatura na escola naval, no Rio de Janeiro.
Bolsonaro
refere-se a Fabricio Queiroz, ex- assessor do senador eleito pelo PSL
Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente eleito. Um relatório
do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério
da Fazenda, apontou movimentações bancárias na conta de Queiroz,
consideradas suspeitas, de mais de R$ 1,23 milhão, entre 1º de janeiro
de 2016 e 31 de janeiro de 2017. Depósitos foram realizados na conta da
mulher do presidente eleito, Michele de Paula Bolsonaro, por Queiroz. De
acordo com o presidente eleito, os recursos se referem ao pagamento de
dívida de Queiroz com o próprio Bolsonaro.
Ao
ser questionado por jornalistas se teria conversado com Flávio sobre o
fato de sete assessores de seu filho, na época em que este era
parlamentar, ter realizado depósitos em contas relacionadas a família de
Bolsonaro, o presidente eleito afirmou: "Se você pegar no teu círculo
de amizades ali, na imprensa, no quartel, no hospital, é normal ente
aqueles funcionários um ajudar o outro. Não foi diferente na assembleia
legislativa. Eles se socorrem de gente que está do seu lado".
Ele
disse ainda não ter tido nada de anormal na exoneração do ex- assessor,
em 15 de outubro deste ano, e declarou apenas que ele não correspondeu
às expectativas do cargo.
Bolsonaro ainda falou sobre a relação com o ex-assessor. "Eu
conheço o senhor Queiroz desde 1984. Depois nos encontramos novamente,
eu deputado federal, ele sargento da polícia militar do Rio de Janeiro.
Somos paraquedistas. E nasceu ali, continua uma amizade. Em muitos
momentos tivemos juntos, em festas" afirmou. "Com o tempo, ele foi
trabalhar com meu filho", disse. "Outras oportunidades eu já o socorri
financeiramente. Nesta última agora houve um acúmulo de dívida dele para
comigo. Então ele resolveu pagar com cheques. Que não foi um cheque de
R$ 24 mil. Foram dez cheques de R$ 4 mil". "Eu não botei na minha conta
porque tenho dificuldade para ir em banco, para andar na rua. Deixei com
minha esposa. "Lamento o constrangimento que ela está passando. Mas
ninguém recebe ou dá dinheiro sujo por cheque nominal, meu Deus do céu",
disse.
Bolsonaro afirmou ainda que o filho não está em
investigação e que o relatório surgiu de um levantamento feito pela Coaf
com todos os membros da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
janeiro. "O próprio Coaf diz que movimentação atípica não é uma
afirmação de que ele seja culpado de alguma coisa", afirmou,
acrescentando que muitos hoje estão na malha fina do imposto de renda,
por exemplo, mas isso não quer dizer necessariamente que essa pessoas
sejam culpadas de algo. Ele disse esperar ainda que se algum processo
for instaurado contra Queiroz, "que ele se explique". "Eu não conversei
com ele. Se ele quiser conversar comigo acho que não seria prudente",
pontuou.
Ele comentou ainda que o 'pente-fino" do Coaf foi
realizado no início do ano e que o relatório foi divulgado por advogados
de acusados de crimes de movimentação financeira supostamente com
intuito de desviar foco, e afetar seu filho, Flávio. Informações valor.com.br
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