Uma tempestade destruiu parte do templo de uma igreja no litoral
paulista, mas o incidente não limitou as atividades da congregação, já
que os fiéis se reuniram mesmo com a interdição do templo e realizaram o
culto na chuva.
A igreja Comunidade Apostólica Árvore da Vida, em Praia Grande
(cidade vizinha a Santos), teve parte do telhado arrancado e paredes
danificadas com uma forte chuva com ventos que atingiu a região. Até um
portão de metal que fechava a frente do imóvel foi arrancado pela
ventania.
Além disso, o temporal quebrou ventiladores, caixas de som,
microfones, projetor de imagem e grande parte da iluminação do templo. O
pastor Wellington Souza, responsável pela igreja, comentou o episódio
afirmando que não se pode deixar abater por adversidades como essa.
“A primeira sensação é de tristeza, muita tristeza, choro entalado.
Como pastor, a gente tem que engolir o choro, para poder ser forte e
fortalecer os outros. Nós não temos a oportunidade de chorar a nossa
dor”, desabafou o pastor, em entrevista ao portal A Tribuna. No momento do incidente, havia só uma pessoa no templo, que não sofreu ferimentos.
O pastor estava no trabalho quando foi informado que o templo tinha
sofrido danos severos, mas se lembrou que a igreja havia realizado uma
campanha recentemente com o lema “Depois da Tempestade”, quando foram
pregadas mensagens ao longo de sete semanas sobre situações positivas
que decorrem de adversidades.
“Isso trouxe conforto ao meu coração. Eu saí de Santos, fui à igreja,
o pessoal estava muito entristecido, todos chorando, me abraçando e me
dando palavras de conforto. Juntei as pessoas ali na frente da igreja
mesmo e tentei consolá-las, dizendo que tudo ia ficar bem”, relatou.
Essa reunião do lado de fora da igreja encorajou os fiéis a
realizarem o culto ali mesmo, numa rua lateral ao templo: “Estamos
realizando os cultos debaixo de chuva mesmo. As paredes do templo foram
danificadas, o telhado foi destruído, mas a igreja está intacta, porque a
igreja somos nós mesmos. Então, nós estávamos lá, como igreja do lado
de fora, sem teto, mas muito felizes adorando ao nosso Deus”, disse.
O pastor conta que as pessoas estão mais motivadas do que
entristecidas: “Essas destruições têm a força de ativar a solidariedade
das pessoas. Estávamos lá com alegria, glorificamos a Deus por tudo, por
ninguém ter se ferido. Estamos buscando força para nos reerguermos
novamente”, comentou.
“Não temos muito o que fazer”, disse o pastor. “Os danos foram muito
altos, e a igreja não possui fundos para arcar com o prejuízo.
Precisamos de mão de obra especializada, pois o teto da igreja é alto, e
todos os equipamentos precisam ser substituídos”, acrescentou.
Enquanto isso, a igreja vai se reunindo do lado de fora mesmo, com
apoio da comunidade local e dos fiéis, mesmo que seja um culto na chuva:
“É bonito de ver, porque são pessoas que não têm tantas posses, são
trabalhadores de origem humilde, mas que se dispõem a oferecer o pouco
que têm pra ajudar”.
A expectativa é que, depois que a igreja conseguir reconstruir o
templo, os contratempos não tenham a menor importância: “Apesar da dor
de ver tudo se perder, eu creio e acredito que as coisas vão ficar mais
bonitas depois de reconstruir. A igreja precisa ser resiliente, porque
por problemas sempre passaremos, e dificuldades sempre teremos, Mas, é
como nos comportamos em meio às dificuldades que determina quem somos e
em quem confiamos”.
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