O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros,
afirmou nesta terça-feira (6) que a Agência Nacional do Cinema (Ancine)
precisa estar “adaptada aos preceitos que a maioria da sociedade
vivencia”.
– É muito importante que o produto da Ancine esteja alinhado com o
sentimento da maioria da nossa sociedade. Um sentimento de dever, de
cultura adequada, um sentimento cristão – declarou o porta-voz.
Rêgo Barros fez a afirmação ao responder a uma pergunta sobre o apelo
do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), para que o
presidente Jair Bolsonaro mantenha a sede da agência de fomento ao
cinema no estado.
– É preciso compreender que uma agência difusora de cultura deve
estar adaptada aos preceitos que a maioria da sociedade vivencia. Então é
nesse contexto que a Ancine vai ter que adequar-se – acrescentou o
porta-voz, que disse ainda que a mudança da sede da agência para
Brasília está em estudo.
O presidente Bolsonaro já disse que pretende mudar a sede da Ancine
do Rio para Brasília. A agência tem sido alvo do mandatário, que chegou a
afirmar que pretende exinguir o órgão caso não seja possível usar
filtros nas produções nacionais.
– A cultura vem para Brasília e vai ter um filtro sim, já que é um
órgão federal. Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine.
Privatizaremos ou extinguiremos. Não pode dinheiro público ser usado
para fins pornográficos – declarou o presidente, em julho.
Na última sexta (2), porém, ele disse à imprensa que pode recuar da ideia da extinção.
– Se recuar, recuo. Quantas vezes vocês falam que eu recuei? Tem a
questão do audiovisual que emprega muita gente, tem de ver por esse lado
– afirmou.
Segundo ele, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, apresentou um
esboço de um projeto de restruturação da agência reguladora, que
adotaria o mecanismo da Lei Rouanet para fomento de produções nacionais.
Para o presidente, há produções da Ancine que utilizam patrocínio
federal para fazer o que ele considera “ativismo”. Ele tem criticado
ainda o patrocínio recebido pelo filme Bruna Surfistinha, protagonizado
pela atriz Deborah Secco.
– Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o
da Bruna Surfistinha. Não dá – disse o presidente, também em julho.
*Folhapress
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