A contar pelo número de assinaturas já validadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o momento, o partido Aliança pelo Brasil
– sigla que o presidente Jair Bolsonaro está criando – dificilmente
estará apto a disputar as eleições municipais de outubro deste ano.
De
acordo com dados da Justiça Eleitoral, somente 3.101 rubricas foram
consideradas aptas. A quantidade de apoios válidos é muito menor do que o
número de assinaturas rejeitadas: 11.094.
O
total de apoiamentos apresentados pelo partido em formação até agora
para apreciação da Justiça Eleitoral foi de 60.747, segundo informa a
executiva do grupo. Desses, 45.203 estão em prazo de impugnação e 1.349
em análise nos cartórios eleitorais.
Embora o número oficial seja relativamente
baixo, integrantes do futuro partido garantem que as assinaturas estão
sendo colhidas de forma exitosa nos dois meses que se seguiram após o
lançamento da marca.
“Gargalos”
De acordo com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), apesar dos dados oficiais, a legenda conseguiu juntar diversos cadastros de apoiadores em todo o país, sendo 9.490 só no estado do congressista, Goiás. Mesmo assim, o parlamentar admite que dificilmente conseguirá registrar a legenda antes das eleições municipais, previstas para outubro deste ano.
De acordo com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), apesar dos dados oficiais, a legenda conseguiu juntar diversos cadastros de apoiadores em todo o país, sendo 9.490 só no estado do congressista, Goiás. Mesmo assim, o parlamentar admite que dificilmente conseguirá registrar a legenda antes das eleições municipais, previstas para outubro deste ano.
“Muitos aliados de Bolsonaro pressionam para que o registro seja aprovado
a tempo de disputar a eleição já pela Aliança pelo Brasil. Mas isso não
depende só de nós. Existem dois gargalos que são o nosso registro dos
cadastros e o tempo que a Justiça Eleitoral leva para analisar e validar
cada assinatura”, explicou, em entrevista ao Metrópoles.
O
secretário-geral da comissão provisória do futuro partido, Admar
Gonzaga, afirma que os números validados pela Justiça Eleitoral não
estão de acordo com o que eles vêm observando. “Temos muito mais do que
isso”, frisou.
“Estamos tratando essas notícias desanimadoras como fake news.
Elas não refletem a realidade”, avaliou o advogado, que não quis
revelar as ações que a coordenação da legenda adotará para acelerar a
coleta de apoios, tampouco a quantidade de assinaturas coletadas. “Só
decidimos não revelar os números nem as estratégias para não servirmos
de alvo para nossos adversários”, salientou.
Para concorrer neste
ano, a legenda teria que ter 492 mil apoiamentos validados até o início
do mês de março. Quando o partido foi lançado, no ano passado, a
previsão divulgada pelos organizadores era de que até este mês todas as
assinaturas já tivessem sido colhidas.
Regras
De acordo com a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), para se obter o registro de uma nova sigla, é preciso ter a comprovação, no período de dois anos, de apoiamento de pelo menos 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos. Hoje, esse número representa 492 mil assinaturas.
De acordo com a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), para se obter o registro de uma nova sigla, é preciso ter a comprovação, no período de dois anos, de apoiamento de pelo menos 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos. Hoje, esse número representa 492 mil assinaturas.
Os apoios não
podem partir de pessoas filiadas a partidos políticos. Além disso, as
assinaturas devem estar distribuídas por um terço, ou mais, dos estados
brasileiros – ou seja, por pelo menos nove unidades da Federação. Em
cada um dos estados, é necessário um mínimo de 0,1% de apoio do
eleitorado, considerando o número de eleitores na última eleição
nacional.
“Busão”Na corrida para conseguir
rubricas, os membros da comissão provisória e aliados do mandatário da
República apostam em saídas criativas. Um ônibus caracterizado com fotos
do presidente Jair Bolsonaro percorrendo cidades do interior dos
estados é uma delas. Bem como o uso da bandeira do Brasil Império em
postos de coleta, jantares e eventos em comunidades menores, ações em
cartórios e em igrejas evangélicas buscando assinaturas.
Todas
essas ações são parte de uma estratégia chamada de “descentralização”
da procura por assinaturas para viabilizar o Aliança pelo Brasil.
O
deputado Filipe Barros (PSL-PR) apostou no “busão do aliança”, um
coletivo com fotos gigantes dele e do chefe do Executivo federal (veja
abaixo), para percorrer o Paraná. Ao inaugurar a viagem em busca de
apoio, o congressista lançou um desafio:
“Os municípios que mais
conseguirem assinaturas para o Aliança pelo Brasil, vão comigo nesse
busão do Paraná para Brasília levar essas assinaturas para o presidente
Bolsonaro”, prometeu o parlamentar em sua primeira parada, em Campo
Mourão.
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