O juiz federal Sergio Moro,
responsável pelos processos da Operação Lava-Jato em Curitiba, aceitou
nesta quinta-feira assumir o Ministério da Justiça no governo de Jair
Bolsonaro. O magistrado se reuniu por quase duas horas com o presidente
eleito em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Nos últimos dias, Moro ouviu ponderações
sobre os prós e contras de assumir um cargo executivo. Além de ter de
deixar a magistratura – o que deverá ser concluído nos próximos meses – o
juiz terá de lidar com o discurso de petistas de que suas sentenças no
petrolão – que até o momento foram responsáveis por 215 condenações
contra 140 pessoas – tiveram viés político.
A narrativa do PT tende a ser
potencializada com a proximidade da conclusão do processo em que o
ex-presidente Lula é acusado de ter recebido um terreno e um apartamento
como propina da empreiteira Odebrecht. Dentro de duas semanas, o
ex-presidente deveria ficar cara a cara com o juiz durante depoimento em
que Lula é acusado de ter sido beneficiado pelas empreiteiras OAS e
Odebrecht com reformas em um sítio em Atibaia. Com a decisão de Moro de
se tornar ministro, o magistrado não deve mais tomar o depoimento do
petista.
Fonte: Veja