Um ano se passou e o Ministério da Família, da Mulher e dos Direito
Humanos ganhou uma dimensão forte e positiva no cenário nacional. Mesmo
ainda sofrendo ataques da esquerda, a ministra Damares Alves não se
deixar distrair com as ofensas que recebe e celebra os avanços do
trabalho. Ela lidera a luta contra inúmeras e graves irregularidades
sofridas por minorias, por mulheres, por adolescentes e crianças e
denuncia a omissão de dados e diversas informações que fez o Brasil
desconhecer a urgente necessidade de combater uma realidade de violência
contra a família.
O Pleno.News esteve com Damares Alves em seu gabinete
em Brasília. Simpática e sorridente, a ministra concedeu esta entrevista
e comentou as últimas pautas do ministério, como o lançamento de
campanhas, o desenvolvimento do atendimento das denúncias e o plano de
ataque contra o estupro de bebês. E ainda falou sobre a possibilidade da
vice-presidência em 2022. Damares, segura de sua missão, pensa que a
esquerda acabará cedendo por ver os resultados do ministério, já que
família é um bem comum a todos.
Depois do ministro Sergio Moro, a senhora é a ministra mais bem avaliada do governo. Como vê esses dados?
Não é a ministra, é o ministério. Ele caiu no agrado popular
porque tem pautas extraordinárias. Então, está todo mundo achando que eu
sou popular. Não sou. O tema é popular. O Brasil nunca viu lidarem com
tanto carinho com todos esses temas.
Mesmo com boa avaliação, a senhora ainda recebe muitos deboches e falta de respeito. É difícil?
Não, eu não me importo. Só tenho uma preocupação, que é quando
debocham da minha história do abuso. Acho que banalizar o abuso,
debochar de uma menina que foi abusada, mostra o quão cruel está a nossa
sociedade. Muitos são perdedores que estão muito bravos porque perderam
a eleição. Estão com raiva e vão ficar com raiva por muito tempo,
porque esse governo conservador veio para ficar!
Qual momento foi mais difícil nesses 13 meses de ministério?
Foi a gente chegar ao momento de descobrir que mentiram para
nós. Dados não foram passados de verdade para o Brasil. Foi observar que
havia descaso com o dinheiro público. Foi observar que eles não estavam
nem aí com a criança brasileira. Mas, de lá para cá, a gente conseguiu
conduzir de forma brilhante todas as pautas e secretarias.
A senhora já pensou ou já pediu para deixar o ministério?
Não. Eu fico enquanto o presidente quiser. Só teve um momento
em que fiquei, muito triste, quando perseguiram a minha família. A minha
filha não tem nada a ver com o meu trabalho. Esse foi um período em que
fiquei muito preocupada e triste. Mas logo ela disse: “mãe, estou
junto, vamos”. Então, estamos caminhando juntas.
Do que a ministra mais se orgulha nesses 13 meses?
A gente conseguiu conversar com o Brasil. Nunca se falou tanto
em direitos humanos como nos dias de hoje. Nós estamos universalizando
os direitos e isso, para mim, foi um dos maiores feitos. Nunca se falou
tanto de cigano como hoje. Nunca se falou tanto de proteger mulheres,
proteger as crianças e os adolescentes do suicídio e da automutilação.
Estou muito feliz que o povo esteja falando sobre esses temas.
Gostaria que a ministra falasse dos horríveis casos de abuso de menor, especialmente de bebês.
Esse é um fato que me preocupa muito. Esses dados não eram
revelados para o Brasil. O estupro de bebês cresceu muito nos últimos
anos. Assisti uma imagem de uma menina de 22 dias sendo estuprada e
fiquei chocada. Nós temos registros de crianças de oito dias sendo
estupradas. A gente vai ter que fazer esse enfrentamento e buscar
metodologias claras para reagir contra estes fatos. Ainda não existe uma
política pública para o caso de estupro. E é muito difícil você
descobrir o estupro porque a maioria acontece dentro de casa. Como é que
você vai saber se a criança está sendo abusada ou não? Vamos ter que
buscar instrumentos que possam nos auxiliar nessa luta.
Assisti uma imagem de uma menina de 22 dias sendo estuprada
A senhora trouxe mudanças na operação do Disque 100 e uniu a
ele o Ligue 180. Quais as melhorias em 2019 e as expectativas para 2020?
No Brasil, nós tínhamos dois serviços separados, então, unimos.
O Ligue 180 recebe denúncias de violência contra a mulher. O Disque 100
recebe todas as violações dos direitos humanos, inclusive, pedofilia e
abuso sexual. Eram canais que não estavam funcionando. Demorava em torno
de 60 a 70 minutos de espera ao telefone para uma pessoa ser atendida. E
hoje baixamos para uma média de 30 segundos. Mas não é só baixar a
média e atender. É o fluxo. A denúncia chega e queremos saber o que está
sendo feito com essa denúncia. Esse tem sido o nosso sucesso.
Entregamos para o Brasil uma ouvidoria nacional de direitos humanos.
Inclusive, pessoas surdas poderão falar conosco por meio de vídeo
chamada.
Como foi o encontro com o papa Francisco?
Extraordinário! Foi uma grata surpresa conhecer o grande líder
da Igreja Católica e descobrir que ele é uma pessoa comum, que dá
gargalhadas e brinca. Fiz até uma selfie. Tivemos uma pauta específica
na área de educação. A preocupação dele é com a evasão escolar no
continente sul-americano. Falamos sobre como evitar. Ele também
apresentou um projeto de sua autoria sobre o trabalho de contraturno,
onde o menino que estuda de manhã é atendido à tarde e vice-versa. Nós
temos um projeto bem parecido aqui no Brasil que é o Programa Forças no
Esporte (PROFESP). Pretendemos ampliar por todo Brasil e ainda agregar
ideias como as do papa Francisco.
Se o presidente Jair Bolsonaro quisesse a senhora como vice-presidente, abraçaria a ideia?
Só se fosse necessário para garantir a reeleição do presidente
Bolsonaro. Não tenho nenhuma intenção de concorrer a um cargo eletivo.
Quero terminar esse mandato, realizar o meu trabalho de reconstruir esse
ministério e depois descansar.
Acredita que em algum momento os eleitores da esquerda vão ceder e aceitar o bom trabalho do governo?
Claro! Quem é que não quer ver criança ou mulher protegida?
Eles só vão fazer resistência porque ganham para isso. Eles foram
eleitos para fazer resistência. Vou te dar um exemplo, eu vou a evento
que é cheio de esquerdista que vão só para protestar. Quando falo em
estupro de bebês, as bandeiras se arreiam. Eles se entregam, ficam
quietos, porque eles entendem que eles têm netos, sobrinhos, filhos,
afilhados. Vai ter uma hora em que eles vão dizer: “Faria melhor, mas
foi legal o que eles fizeram”. Então, eu creio que até o final desses
quatro anos de governo, a gente vai ter muita gente dizendo: “Valeu!
Vocês fizeram bonito!”
Vai ter uma hora em que eles vão dizer: “Faria melhor, mas foi legal o que eles fizeram”
Quais são as expectativas da ministra para 2020?
Eleger o maior número possível de mulheres vereadores,
prefeitas e vice-prefeitas em todo Brasil. Também vamos entregar o
mega-super-master projeto de achar crianças desaparecidas no Brasil.
Temos algumas metas audaciosas. Pretendemos entregar esse projeto em
março deste ano. Estão sendo construídos aplicativos e programas
específicos. O nome do projeto é Encontrar Crianças. PN