O governo brasileiro não faz parte de uma lista de mais de 50 países e
entidades internacionais que se reunirão nesta quinta-feira para traçar
uma estratégia para uma recuperação sustentável do mundo pós-pandemia.
O
evento, sob comando da ONU, é liderado pelo primeiro-ministro do
Canadá, Justin Trudeau, e da Jamaica, Andrew Holness. Banco Mundial, FMI
e outras instituições também estarão presentes.
Países como
Argentina, Haiti, Costa Rica e Colômbia, além da UE, França, Alemanha,
Japão e Reino Unido fazem parte da lista de países que farão parte do
debate. O governo de Donald Trump tampouco faz parte da iniciativa.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro
tampouco participou da Assembleia Mundial da Saúde, espaço ocupado pela
Colômbia e Paraguai. Procurado, o Itamaraty não explicou se Bolsonaro
foi ou não convidado.
Em abril, o governo ficou ainda de fora de uma aliança internacional
para o desenvolvimento de uma vacina. Mas o governo prepara uma reunião
inter-ministerial para avaliar como fazer parte da iniciativa.
Desta
vez, documentos revelam que o projeto tem como objetivo pensar na
recuperação da economia global, com base em novos pilares e maior foco
em questões de justiça social e clima. Trata-se de uma "iniciativa
conjunta para acelerara resposta global aos significativos impactos
econômicos e humanos da COVID-19, e avançar soluções concretas para a
emergência do desenvolvimento".
"Esta pandemia requer uma resposta
multilateral em larga escala, coordenada e abrangente para apoiar os
países necessitados, permitindo-lhes uma melhor recuperação para
economias e sociedades mais prósperas, resilientes e inclusivas",
indicam.
O "Evento de Alto Nível sobre Financiamento para o
Desenvolvimento na Era da COVID-19" busca encontrar formas de "focar na
recuperação sócio-econômica e nas necessidades de financiamento da
pandemia".
"Devemos continuar a coordenar esses esforços para evitar um impacto devastador na vida e na subsistência das pessoas", indica.
Seis
áreas de ação serão debatidas para mobilizar o financiamento necessário
para a resposta e recuperação. Elas incluem "expandir a liquidez em
toda a economia global; lidar com as vulnerabilidades da dívida; conter
os fluxos financeiros ilícitos; aumentar o financiamento externo para o
crescimento inclusivo e a criação de empregos; e estratégias para que os
países se recuperem melhor, enfrentem as mudanças climáticas e
restabeleçam o equilíbrio entre a economia e a natureza."
"A
pandemia tem demonstrado nossa fragilidade", disse o secretário-geral da
ONU, Antonio Guterres. "Estamos em uma crise humana sem precedentes,
por causa de um vírus microscópico. Precisamos responder com unidade e
solidariedade, e um aspecto fundamental da solidariedade é o apoio
financeiro", completou.
Para Trudeau,"todos os países estão sendo
testados pela COVID- 19, e isso ameaça minar nossos ganhos de
desenvolvimento duramente conquistados. Sabemos que a melhor maneira de
ajudar todos os nossos povos e economias a se recuperarem é trabalhar
juntos como uma comunidade global", defendeu.
"Se não agirmos
agora, as projeções da ONU indicam que a pandemia poderá cortar quase
US$ 8,5 trilhões da economia global nos próximos dois anos, forçando
34,3 milhões de pessoas à pobreza extrema este ano, e potencialmente,
mais 130 milhões de pessoas durante esta década", alertou a ONU. UOL