A população que procurou trabalho e
não encontrou no trimestre encerrado em outubro cresceu para 14,1
milhões, 7,1% a mais do que nos três meses finalizados em julho. Os
dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
divulgada nesta terça-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta acrescentou 931 mil à população desocupada e fez a taxa de desocupação aumentar 0,5 ponto percentual, chegando a 14,3%.
Segundo
o IBGE, a população ocupada também cresceu no trimestre encerrado em
outubro, chegando a 84,3 milhões. Esse contingente representa 48% das
cerca de 175 milhões de pessoas em idade de trabalhar no país.
Além da desocupação, o instituto mede a
subutilização da força de trabalho, que considera também pessoas que
estavam disponíveis e gostariam de ter trabalhado mais horas naquele
período. A taxa de subutilização caiu 0,7 ponto percentual no trimestre
encerrado em outubro e chegou a 29,5%, somando 32,5 milhões de pessoas.
Desalentados
Ainda
segundo a pesquisa, a população desalentada permaneceu em 5,8 milhões
de pessoas, sem alterações significativas em relação ao trimestre
anterior. Os desalentados são os trabalhadores desempregados que
desistiram de procurar emprego e não são incluídos na taxa de
desocupação.
O rendimento
médio real habitual dos trabalhadores não teve variação significativa no
trimestre analisado e ficou em R$ 2.529, o que representa um aumento de
5,8% em relação ao mesmo período de 2019. Apesar disso, a massa de
rendimento real habitual de todos os trabalhadores caiu 5,3% na
comparação interanual e atingiu R$ 207,9 bilhões.
Quatro
grupamentos de atividades tiveram queda no rendimento médio real
habitual quando o trimestre encerrado em outubro é comparado com os
meses de maio, junho e julho: construção (-4,9%); transporte,
armazenagem e correio (-6,9%); outros serviços (-6,8%) e serviços
domésticos (-4,7%). Já na comparação com o ano passado, somente os
trabalhadores da indústria tiveram alta no rendimento médio.
Carteira assinada
A
pesquisa divulgada hoje contabiliza 29,8 milhões de trabalhadores em
empregos com carteira assinada no setor privado, 9,5 milhões em empregos
sem carteira, 25 milhões de trabalhadores por conta própria e 4,7
milhões de trabalhadores domésticos. Há ainda 3,9 milhões de
empregadores e 12 milhões de empregados no setor público.
A
taxa de informalidade avançou no trimestre analisado e chegou a 38,8%,
somando 32,7 milhões de trabalhadores. Nos três meses encerrados em
julho, a taxa foi de 37,4%. A população com emprego formal no setor
privado teve uma alta de 384 mil pessoas no trimestre encerrado em
outubro, em relação ao trimestre finalizado em julho.
Na mesma base de comparação, o grupo
de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 9%, o que,
em número absolutos, representa 779 mil pessoas. O grupo de
trabalhadores por conta própria teve a maior alta em números absolutos,
com 1,1 milhão de pessoas a mais, o que equivale a 4,9% de aumento. Já o
de trabalhadores domésticos não teve variação significativa.
Segundo
o IBGE, o número de trabalhadores ocupados cresceu no trimestre em
quatro de 10 grupamentos de atividades, na comparação com o período
imediatamente anterior: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca
e aquicultura (3,8%), indústria (3,0%), construção (10,7%) ecComércio e
reparação de veículos automotores (4,4%).
Em
relação a 2019, o trimestre teve queda na ocupação em oito dos 10
grupamentos analisados: indústria (-10,6%), construção (-13,7%),
comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-11,2%),
transporte, armazenagem e correio (-13,4%), alojamento e alimentação
(-28,5%), informação, comunicação e atividades financeiras,
imobiliárias, profissionais e administrativas (-4,0%), outros serviços
(-20,4%) e serviços domésticos (-25,4%).
GZH