Translate

Compartilhe

https://www.facebook.com/deltan.dallagnol/videos/1384339188276453/

search este blog

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Cientista revelam esqueleto de ancestral humano de 3,6 milhões de anos

O esqueleto quase completo de 3,6 milhões de anos - Themba Hadebe / AP
JOANESBURGO — A posição da África do Sul como um possível “berço” da Humanidade teve revelado nesta quarta-feira sua principal “embaixatriz”. Apelidado “Little Foot” (”Pé Pequeno” em inglês), o fóssil de 3,67 milhões de anos é um dos mais antigos, e de longe o mais completo, esqueleto já encontrado de uma fêmea de australopiteco, espécie de hominídeo que estaria na origem do gênero humano. A datação dos restos da “Pé Pequeno”, ainda objeto de dúvidas e debates entre os cientistas, a faria cerca de 500 mil anos mais “velha” que “Lucy”, outro famoso fóssil de uma fêmea de australopiteco achado na Etiópia nos anos 1970.

— Esta é uma das mais notáveis descobertas de fósseis na história das pesquisas sobre as origens humanas e é um privilégio exibir um achado desta importância hoje (ontem) — declarou Ron Clarke, professor do Instituto de Estudos Evolucionários da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, África do Sul, na apresentação do esqueleto.
Fóssil pode revelar detalhes sobre a anatomia e habilidades físicas dos nossos ancestrais - Themba Hadebe / AP
Clarke encontrou os primeiros fragmentos do esqueleto nas cavernas de Sterkfontein, a cerca de 40 quilômetros a Noroeste de Joanesburgo, em 1994. Os quatro pequenos pedaços de ossos de um pé (daí o apelido do fóssil, dado por seu colega e também professor da universidade sul-africana Phillip Tobias) foram originalmente achados por ele incrustados em rochas removidas de uma das cavernas da região para mineração de cal. A partir daí, Clarke e assistentes trabalharam incessantemente na busca das “peças” restantes do fóssil no interior da caverna, num processo de escavação delicado que só acabou quase 20 anos depois, em 2012, e na sua limpeza e reconstrução, completada agora.
— Eu e meus assistentes trabalhamos duro na remoção dos ossos dos blocos de pedra e na reconstrução do esqueleto completo até o dia de hoje — destacou Clarke. — Muitos dos ossos do esqueleto são frágeis, mas apesar disso estavam profundamente encrustados em um tipo de rocha parecido com o concreto chamada brecha. O processo demandou uma escavação extremamente cautelosa no ambiente escuro da caverna. Assim que as superfícies de cima dos ossos do esqueleto foram expostas, a brecha por baixo de onde eles ainda estavam presos foi cuidadosamente cortada e removida em blocos para limpeza no laboratório em Sterkfontein.
Agora com o esqueleto virtualmente completo nas mãos, os cientistas estão analisando minuciosamente as características da “Pé Pequeno”. Os estudos devem revelar mais detalhes e descobertas sobre a aparência, anatomia geral, comprimento de membros e capacidades locomotoras dos australopitecos que vão em muito melhorar e aprofundar nosso conhecimento sobre estas espécies que estão nas raízes da evolução humana.


— Este é feito marcante para a comunidade científica global e o patrimônio histórico da África do Sul. É por meio de descobertas importantes como de “Pé Pequeno” que obtemos um vislumbre de nosso passado que nos ajuda a melhor entender nossa humanidade comum — afirmou Adam Habib, reitor da Universidade de Witwatersrand.
Clarke e colegas esperam apresentar os primeiros resultados das análises do fóssil e suas implicações para o que sabemos hoje sobre como eram os australopitecos e seu papel na história da evolução humana em uma série de mais de 20 artigos científicos a ser publicada em diversos periódicos já a partir do ano que vem. com informações Oglobo
Ron Clarke, da Universidade de Witwatersrand, descobriu os primeiros fragmentos do fóssil em 1994 - Themba Hadebe / AP

0 comentários:

Postar um comentário