As centrais sindicais – CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Intersindical
(Classe Trabalhadora) e Intersindical (Instrumento de Luta e
Organização), CSB, CGTB, Nova Central e CSP-Conlutas -, junto com as
frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, confirmaram manifestações contra
a reforma da Previdência e pela defesa dos direitos trabalhistas no 1º
de maio, na capital paulista, data que comemora o Dia do Trabalhador.
Na sua página oficial, a CUT destaca que as atividades terão início
às 10h no Vale do Anhangabaú. Inicialmente, o evento estava marcado para
acontecer na Praça da República, mas a mudança aconteceu por
recomendação da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da Polícia
Militar e outros órgãos por conta da expectativa de público.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, os organizadores do evento
esperam reunir cerca de 100 mil pessoas. Além de protestar contra
mudanças na Previdência, as centrais sindicais darão foco especial ao
fim do reajuste real do salário mínimo. O governo Bolsonaro quebra uma
política de pelo menos 25 anos, implementada de forma informal
inicialmente por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994, e
oficializada nas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma
Rousseff (PT). O governo Temer não mudou a legislação.
Até então, os governos fizeram a correção do salário mínimo não
apenas corrigindo pela inflação medida, mas considerando ainda a
variação do PIB de dois anos anteriores. A equipe do ministro da
Economia Paulo Guedes quer desvincular da variação do PIB, influenciando
na perda do poder de compra de grande parte da população.
O interesse do governo Bolsonaro está, especialmente, em economizar
com o pagamento das aposentadorias, que são reajustadas conforme as
mudanças no salário mínimo.
“Não teremos política de reajuste [para o serviço público],
precisamos controlar esse gasto”, completou em declaração à imprensa o
secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery
Rodrigues.
Uma reportagem da Folha, publicada em abril, mostrou que o projeto do
governo para a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), ao mesmo tempo em
que barra o reajuste do salário mínimo e para todos os servidores
civis, coloca os militares como a única categoria do serviço público
autorizada a ter reajuste de salários e benefícios em 2020, isso antes
da aprovação da reestruturação da carreira militar, proposta pelo
governo e em tramitação no Congresso.
Sobre as manifestações do dia 1º de maio, a CUT pontua que, “pela
primeira vez na história, os movimentos e entidades sindicais organizam o
Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em um
único local”.
“A unidade das centrais se dá em torno da luta contra a reforma da
Previdência proposta por Jair Bolsonaro (PSL) que, na prática, pode
impedir os brasileiros de acessarem o direito à aposentadoria ao
estabelecer regras difíceis de serem atingidas. Neste sentido, as
organizações também trazem como mote do evento a defesa dos direitos
trabalhistas, a luta por emprego, direitos sociais, democracia e
soberania nacional”, completa em nota.
A cobertura dos atos no Vale do Anhangabaú terá o apoio da Rádio Top FM, Rede Brasil Atual e TVT.
Além da concentração e das falas de lideranças dos trabalhadores, o
ato contará com a participação de artistas de diferentes gêneros
musicais. A lista de programação ainda será divulgada. jornalggn
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