Antes de o presidente Jair Bolsonaro
(PSL) intervir de forma atabalhoada no preço do diesel, o governo já
dava mostras de que a proximidade com as pautas corporativistas dos caminhoneiros estava indo além do desejável.
Em 27 de março, um grupo de Whatsapp de lideranças da
categoria, que conta até com a presença do ministro da Cidadania, Osmar
Terra, recebeu um áudio atribuído ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Na mensagem de 1 minuto e 40 segundos, Lorenzoni assegura estar
trabalhando em “várias coisas bacanas” para os caminhoneiros. “Já demos
uma trava na Petrobras”,
afirmou o ministro. A “trava” dizia respeito à mudança na periodicidade
com que se altera o preço do diesel. A medida havia sido anunciada pela
diretoria da estatal no dia anterior à gravação da mensagem. “Qualquer
modificação de preço, no mínimo entre 15 e 30 dias de variação, não pode
ter menos do que isso”, declarou Lorenzoni.
Na sequência, o chefe da Casa Civil diz que o governo está
“resolvendo aquela questão dos postos” e que irá “para cima na
fiscalização”. “Eu venho insistindo muito nisso, o presidente entrou
nisso. Tu vai (sic) ver que muitas coisas vão acontecer já nesta semana.
O presidente amanhã deve se manifestar pelas redes sociais em direção à
categoria dos caminhoneiros, particularmente aos autônomos”, disse
Lorenzoni. No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro realizou uma
live no Facebook em que parabenizou os caminhoneiros e prometeu um novo
pacote de bondades para a categoria.
Lorenzoni termina a mensagem pedindo desculpas por não ter entrado em
contato antes com o interlocutor em questão. E assegura que Bolsonaro
está comprometido em atender às demandas da categoria. “O capitão aqui
não vai jamais abrir mão de defender e proteger os caminhoneiros”,
disse. Procurada, a Casa Civil não quis se pronunciar sobre o conteúdo
do áudio. Veja
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