Polícia acha pelo em arma que matou Anderson do Carmo

De acordo com a delegada titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), Bárbara Lomba, um pelo encontrado na arma usada para matar o pastor Anderson do Carmo levou a polícia a incriminar Flávio dos Santos Rodrigues. O filho da deputada federal Flordelis foi preso ainda no cemitério onde ocorreu o sepultamento.

– O indiciamento dos dois se baseou no encontro da arma do crime que, no exame pericial, foi comprovada como arma usada no crime dentro do quarto do Flávio. Na arma do crime, havia um pelo preso ao cano. Nós encontramos esse pelo e remetemos ao Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense da Polícia Civil juntamente com o material que o Flávio utilizou aqui. Nós coletamos material biológico em talheres e copos. O laudo pericial é positivo. Então, o pelo que estava na arma é do Flávio – disse a delegada.

Em relação ao filho adotivo Lucas Cezar dos Santos de Souza, a participação foi comprovada através de confissão e de depoimentos que o indicaram como quem fez os contatos para obter a arma. 

Segundo Bárbara Lomba, a arma usada na execução teria custado entre R$ 8 mil e R$ 9 mil.

– O Flávio confessou ter participado da execução do crime, ter efetuado disparos contra a vítima com aquela arma e o Lucas confessou que auxiliou o Flávio a conseguir a arma de fogo. Ele fez os contatos para o fornecimento da arma de fogo utilizada no crime sabendo que o Flávio tinha intenção de matar a vítima – declarou Bárbara.

A primeira fase do inquérito foi encerrada nesta quarta-feira (14). Flávio e Lucas foram indiciados por homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima e por motivação torpe. Eles foram transferidos, na manhã desta quinta-feira (15), da DHNSG, onde foram encontrados três celulares na cela dos presos. De Niterói eles seguiram para a unidade de triagem da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, em Benfica, onde posteriormente serão encaminhados para a unidade prisional a ser designada pelo órgão.

O CASO
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do dia 16 de junho, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como secretário-geral do PSD no Estado.

Dois filhos da pastora estão presos preventivamente, Lucas dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos. O mais velho assumiu ter efetuado seis tiros. Lucas teria ajudado comprando a arma, mas não estaria em casa no momento dos disparos. Os agentes ainda estão investigando os pontos contraditórios.

Um terceiro filho teria afirmado, em depoimento, que não ouviu discussão, barulho de carro ou moto em fuga. Que quando chegou na cena do crime encontrou o irmão Flávio próximo ao pai, caído. Ele garantiu ainda que o celular de Anderson, que está sumido, foi entregue a Flordelis.

Ainda em depoimento, o filho disse que o pastor já recebeu uma mensagem com ameaça de morte e uma das irmãs ofereceu R$ 10 mil a Lucas para que cometesse o crime. Flordelis e três filhas já teriam colocado remédios na comida de Anderson, por isso, sua saúde estava debilitada. PN