Após a polêmica sobre a recusa em determinar o fechamento dos templos
nas congregações da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), o
pastor Silas Malafaia recuou e orientou os pastores da denominação a
acatarem as determinações de autoridades municipais ou estaduais e
suspenderem os cultos.
Na última quarta-feira, 18 de
março, Malafaia publicou um vídeo em que dizia que só aceitaria
suspender a realização de cultos nas congregações da ADVEC com ordem
judicial. “Gostaria de avisar ao governador de Santa Catarina e de
Pernambuco, onde eu tenho igrejas – e qualquer cidade, qualquer prefeito
onde eu tenho igrejas – que se os senhores quiserem fechar as igrejas
em que eu sou pastor tratem de ir à Justiça”, declarou.
“Os
senhores não têm autoridade. Os senhores têm que proteger o local de
culto. E eu aprendi que decisão da Justiça se obedece e depois discute.
Essa é a verdade. […] Eu andei hoje 45 quilômetros da minha casa até a
igreja. Os ônibus lotados, abarrotados. Será que o governador de Santa
Catarina e de Pernambuco acabou com as linhas domésticas? Não! Ele
acabou com interestadual de Santa Catarina”, argumentou o líder
pentecostal.
Recuo
Sua postura inflexível, até então, vinha
gerando enorme polêmica na sociedade, ao ponto em que um formador de
opinião alinhado à ideologia de esquerda tenha se manifestado
publicamente para que as autoridades pedissem a prisão preventiva de Malafaia na Justiça por, supostamente, colocar a saúde pública em risco.
Diante do cenário, Malafaia usou sua conta no Twitter
para fazer duas publicações, reiterando sua contrariedade com as
medidas de restrição de circulação e reunião determinadas por diversos
governadores. Na primeira, criticou a percepção dos próprios evangélicos
sobre o assunto, e na segunda, instruiu seus pastores a obedecerem as
determinações das autoridades.
“Para alguns evangélicos: eles
querem que fechem as igrejas por causa do pedido do governo e do risco
da doença, mas oram para que as igrejas perseguidas fiquem abertas com
proibição do governo e com um risco de morte muito maior. Pimenta no
olho dos outros é refresco!”, escreveu Malafaia, referindo-se aos
cristãos perseguidos em muitos países que desafiam leis que impedem a
prática da fé cristã e formam congregações consideradas clandestinas.
Em seguida, o líder da ADVEC recuou de sua postura: “Atenção,
pastores! Qualquer estado ou cidade que decretar estado de emergência,
independente se tem ônibus circulando ou não, tem que parar o culto. O
máximo que você pode fazer é dar atendimento aos necessitados dentro da
igreja”, escreveu o pastor, repetindo a orientação que já havia dado em
vídeos anteriores para o caso de os cultos serem suspensos.
Todo o
episódio ganhou muito mais visibilidade desde que foi anunciada a
primeira morte no Brasil em decorrência do coronavírus. As medidas
governamentais de contenção à pandemia foram intensificadas, e
paralelamente, empresas passaram a determinar que seus funcionários
administrativos atuassem de suas residências, colaborando para a redução
da possibilidade de exposição ao vírus.
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