A morte por coronavírus do editor de imagens José Augusto Nascimento Silva,
de 58 anos, funcionário há mais de 30 anos no SBT Rio, acendeu o alerta
para as condições de trabalho na emissora. No final de março, três
semanas antes de falecer, o jornalista enviou áudios pelo WhatsApp a
colegas acusando a TV de negligência por não afastar os profissionais
que apresentam sintomas da covid-19. Fórum
No áudio, José Augusto acusa a emissora de ser o “epicentro”
do coronavírus na capital fluminense. “Nenhum lugar no Rio de Janeiro
tem mais casos suspeitos que no SBT. (…) Eu agora estou sob suspeita,
inclusive com atestado de 14 dias que o doutor deu porque me calcei,
sabe que não sou burro. Se tiver que processar essa turma eu vou
processar. Acho de uma irresponsabilidade tremenda”, denuncia na
mensagem.
“Estou revoltado, não só por mim, mas também pelos meus colegas. E
ela continua apresentando o jornal. Dane-se os merchans, dane-se os
comerciais, dane-se tudo. Ela tá com corona, pode ser assintomática, mas
vai matar uma porção de gente”, continuou o jornalista no áudio.
Ainda no áudio, o jornalista diz estar preocupado com a apresentadora
Isabele Benito, que havia informado seus superiores de que seu marido
estava com suspeita da doença, mas mesmo assim foi obrigada a trabalhar
por uma semana. Em 28 de março, ela se submeteu ao teste e somente
três dias depois recebeu a confirmação de que também estava infectada.
Com a demora no afastamento de Benito, diversos outros funcionários
da emissora também foram diagnosticados com a doença. De acordo com a Folha de S.Paulo, dos 75 funcionários do Jornalismo, 35 foram afastados com suspeita de covid-19.
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