A OMS alerta que populações mais pobres - e
justamente aqueles com maior dificuldade de manter quarentenas e
distanciamento social - devem ser testados com prioridade, inclusive
para garantir que toda a sociedade e inclusive os mais ricos sejam
protegidos.
No Brasil, dados começam a revelar que a aceleração dos casos do coronavírus
ocorre principalmente em populações mais vulneráveis. De acordo com o
Centro de Controle de Doenças da UE, o Brasil já tem o quarto maior
número de novos casos no mundo nas últimas duas semanas.
Sem
citar o nome do Brasil e respondendo a uma pergunta geral, o diretor de
operações da OMS, Michael Ryan, indicou que governos precisam garantir o
teste em locais mais pobres, periferias, entre indígenas e populações
vulneráveis.
"Ninguém está seguro até que todos estejam seguros",
disse. Para ele, testar todos "é importante" e tal instrumento não pode
existir apenas para quem os pode comprar.
De
acordo com Ryan, tal negligência seria uma "distorção" dos objetivos do
teste. "É importante saber onde o vírus está", afirmou. "O teste é para
saber a tendência do vírus", disse.
Em sua avaliação, a questão
de não testar os pobres "não é apenas desigual", mas também precisa ser
considerado como "perigoso em termos de saúde pública"
Ryan
acredita que governos precisam focar seus esforços de testes justamente
nas populações que, em periferias de cidades ou moradias inadequadas,
têm mais dificuldades para manter o distanciamento fisico sugerido pela
OMS.
Para ele, governos precisam "priorizar testes onde há
pobreza", além de comunidades indígenas e grupos mais vulneráveis.
Segundo Ryan, esse grupo já demonstrou ter uma taxa de mortalidade
superior.
Caso um governo siga tal postura, Ryan acredita que essa
seja "uma direção muito errada". "Não vai saber onde o vírus está",
completou.
Maria von Kerkhove, diretora técnica da OMS, também
insistiu que a habilidade de suprimir o vírus depende de teste e do
isolamento de casos. uol
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