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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Procuradoria acusa novo ministro do Ambiente de abuso de poder econômico na eleição

Ricardo Salles, futuro ministro de Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro (PSL), foi acusado, nesta terça (11), pelo Ministério Público Federal (MP), de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação nas eleições de 2018. O órgão pede a inelegibilidade, por oito anos, de Salles.

O futuro ministro foi candidato neste ano, pelo partido Novo, à deputado federal, mas não conseguiu se eleger. Hoje ocupa a primeira suplência para o cargo pela sigla.
A acusação se soma à ação de improbidade administrativa por suspeita de ocultação de alterações em mapas de zoneamento ambiental do rio Tietê, na Grande São Paulo, durante o período em que Salles foi secretário de Meio Ambiente do governo de São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). 

O MP afirma que o futuro ministro comprou espaço para 13 anúncios no jornal O Estado de S.Paulo ao custo de R$ 260 mil, entre 30 de maio e 22 de julho deste ano. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a propaganda eleitoral era permitida a partir de 16 de agosto. Dessa forma, as publicações infringiriam a lei eleitoral, por se tratar de propaganda antecipada.

Segundo a acusação, as propagandas foram travestidas “de propaganda institucional da pessoa jurídica ‘Movimento Endireita Brasil’ [entidade da qual Salles é um dos fundadores]”, com presença de fotografias —ou assinatura e nome— do futuro ministro em todas elas.
Além disso, as publicações no jornal paulista também antecipam o programa político que Salles apresentaria durante o período eleitoral. Entre os exemplos de coincidência de plataforma estão: tolerância zero em relação à criminalidade, privatizações e combate à “velha política”.

Outro fator que apontaria para a propaganda antecipada é o número de telefone celular veiculado nos anúncios, que também é o mesmo divulgado no site da campanha de Salles, segundo a  Procuradoria. Os últimos quatro dígitos do celular são exatamente o número correspondente à candidatura do futuro ministro, o que evidenciaria “o caráter premeditado da publicidade ilegal”.

Durante a campanha eleitoral, parte do material de divulgação de Salles causou polêmica ao insinuar o uso de armas de fogo “contra a esquerda e o MST”.
O partido Novo, após a repercussão do caso, afirmou que “não compactua com qualquer insinuação ou apologia à violência”. A sigla também disse que fez orientações ao então candidato e que não aprovava a mensagem contida na propaganda.

Na ação relacionado ao seu período na secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, Salles é acusado de deixar mais frouxa a proteção do rio Tietê, ao possibilitar a utilização de áreas, que antes eram de proteção ambiental, para uso de indústrias e mineradoras.

Procurado pela Folha, Salles não havia se manifestado sobre a acusação do MP até a publicação desta reportagem. Informações www1.folha.uol.com.br

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Lula envia recado à militância e pede "reorganização"; aliado fala em "anistia"

Em uma mensagem transmitida através do presidente estadual do PT em São Paulo, Luiz Marinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, pediu reorganização da militância após a derrota eleitoral do candidato à Presidência Fernando Haddad. No PT, integrantes do partido admitem a dificuldade de mobilização da esquerda no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

"Ele disse: diga à nossa militância que eu estou aqui, mas não arredo um milímetro na saúde; cabeça erguida, reorganização e vamos vencer, perdemos uma eleição mas não perdemos a guerra", disse Marinho, em discurso na noite desta segunda-feira (10) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), local onde Lula foi preso ao se entregar à Polícia Federal, em abril deste ano.

No ato, estão presentes dirigentes do PT, de movimentos e entidades aliados à legenda e o ex-candidato à Presidência Fernando Haddad.
O partido relaciona a Declaração dos Direitos Humanos, que comemora 70 anos nesta segunda, para reafirmar que Lula é um preso político. Militantes distribuem máscaras com a foto de Lula e reúnem cartas e cartões postais para enviar ao ex-presidente.
Com um pedido de habeas corpus que teve julgamento interrompido no Supremo Tribunal Federal (STF), a legenda petista organiza levar militantes para passar o Natal e a Virada de Ano em frente ao prédio da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril.

Gleisi

Após o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), pedir um "voto de confiança" dos que não o apoiaram na eleição, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, declarou que o País não ficará pacificado enquanto Lula estiver preso. Bolsonaro discursou na tarde desta segunda durante cerimônia na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em que ele e seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), foram diplomados.

No ato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Gleisi endureceu o tom contra o governo Bolsonaro e fez novamente críticas ao ex-juiz Sergio Moro, que condenou Lula na Lava Jato e será o ministro da Justiça e Segurança Pública a partir de janeiro.

"A defesa de Lula é a defesa de uma ideia, é a defesa de um projeto de um povo. E não haverá pacificação do Brasil enquanto Luiz Inácio Lula da Silva estiver preso", discursou Gleisi.

Anistia

Durante o ato, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que faz visitas regulares ao ex-presidente na prisão em Curitiba, defendeu que se discuta anistia no País e declarou que "tirar Lula" deve ser a principal tarefa dos militantes.

Além disso, Greenhalgh relacionou a condenação do petista com a nomeação do ex-juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro. "Agora se sabe que ele Moro tinha contatos com o comando e com a alta cúpula desta campanha de Bolsonaro. Agora se sabe o porquê da perseguição ao Lula."

"O Brasil caminha a passos largos para uma ditadura no Poder Judiciário. Vamos passar a fazer o que fizemos na ditadura militar, denunciando torturas, buscando anistia, redemocratização. Tirar Lula é nossa principal luta, nossa primeira luta", disse o advogado, enfatizando que o petista quer um julgamento justo e que é inocente. Informações Estadão

Bolsonaro: “Vamos resgatar o orgulho de ser brasileiro”

Nesta segunda-feira (10), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, foi diplomado em cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, também recebeu o diploma. A solenidade estava marcada para às 16h, mas só teve início às 16h25.

Estiverem presentes a vice-presidente do TSE, ministra Rosa Weber, o vice-presidente da Corte, ministro Luiz Fux, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, os ministros do TSE, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente da OAB, Claudio Lamachia.

Além deles, a esposa do presidente eleito, Michelle Bolsonaro, sua filha Laura e seus outros filhos também compareceram.
A diplomação é um atestado de que as eleições ocorreram regularmente e que os candidatos foram efetivamente escolhidos pela maioria do povo. Após receber o documento, Jair Bolsonaro fez um discurso onde agradeceu a todos os presentes, aos seus filhos, sua esposa e a Deus.

– Quero agradecer a Deus por estar vivo e também por essa missão no Executivo. Tenho certeza que, ao lado dele, venceremos os obstáculos (…) Hoje, eu e o general Hamilton Mourão recebemos os diplomas que nos habilitam a investidura nos cargos de presidente e vice-presidente da República. Trata-se do reconhecimento de que o povo escolheu seus representantes em eleições livre e justas, como determina a nossa Constituição. Não poderia estar mais honrado com a confiança demonstrada pelo povo brasileiro – destacou.

O presidente eleito também disse que, ao longo de sua vida pública, sempre se pautou pela defesa dos valores da família, pelos interesses do Brasil e pela soberania nacional. Durante o discurso, Jair Bolsonaro pediu a confiança da parcela da população que não votou nele.

– A partir de 1º de janeiro, serei o presidente de 210 milhões de brasileiros. Governarei em benefício de todos, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião. Com humildade, coragem e perseverança, e tendo fé em Deus para iluminar minhas decisões, me dedicarei dia e noite ao objetivo que nos une: a construção de um Brasil próspero, justo, seguro e que ocupe o lugar que lhe cabe entre as grandes nações do mundo – ressaltou.

Jair Bolsonaro apontou ainda os desejos de mudança “expressos nas eleições” e que o povo quer paz e prosperidade. Ele prometeu dar condições adequadas para que a população possa desenvolver seu potencial e falou sobre acabar com a corrupção, com a violência, com as mentiras e com a manipulação ideológica. O presidente também disse que seu governo irá oferecer um estado eficiente.

– Diferenças são inerentes em uma sociedade múltipla e complexa como a nossa, mas jamais devemos nos afastar dos ideias que nos unem; O amor à pátria e o compromisso com a construção de um presente de paz e de um futuro mais próximo (…) Com o apoio e o engajamento de todos, vamos resgatar o orgulho de ser brasileiro. Vamos resgatar o orgulho pelas cores de nossa bandeira e pela força de nosso hino. Porque temos a certeza de que esse país tem como destino a prosperidade e a paz. O Brasil deve estar acima de tudo – apontou.

Após o presidente eleito terminar seu discurso, a presidente do TSE, Rosa Weber, também fez um discurso. Informações pleno.news

LUTO | Morre o guitarrista Sérgio Knust; Artistas da música gospel lamentam perda

O guitarrista Sergio Knust, 52 anos, faleceu após um acidente de trânsito na rodovia RJ-130. Ele estava desaparecido desde o último sábado, 08 de dezembro, quando se apresentou em um evento. O corpo foi encontrado na manhã desta segunda-feira, 10 de dezembro.

O veículo do guitarrista caiu numa ribanceira na estrada que liga Nova Friburgo a Teresópolis, próximo a um espaço de eventos na saída da cidade de Friburgo. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma pessoa que trabalha no local viu o carro caído em meio à vegetação assim que chegou pela manhã, e acionou as autoridades.
Quando a equipe de resgate chegou ao local, encontrou o músico já morto, segundo informações do portal A Voz da Serra. A perícia foi acionada por agentes da Polícia Rodoviária para colherem evidências das circunstâncias que causaram o acidente, já que na pista não há marcas de pneu, assim como na vegetação que cobre a área. Há a suspeita que o veículo de Sérgio Knust tenha capotado na curva e descido a ribanceira, parando atrás de uma casa.

O corpo do guitarrista foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Nova Friburgo, onde será examinado para determinar as causas da morte. Sérgio Knust havia se apresentado na cidade na Queijaria Escola, no distrito de Conquista.

Sérgio deixa a esposa, Lana Rodes (atriz e cantora) e a filha Manuela. A família ainda não divulgou informações sobre o velório e sepultamento. “A todos que se mobilizaram em orações e buscas, nossos sinceros agradecimentos. Infelizmente coube a mim informar que meu irmão deixa esse mundo. Seu carro foi encontrado hoje, após uma capotagem, e ele não resistiu. Estamos com o coração triste, em oração, para que ele seja recebido em paz junto a Deus!”, disse a irmã do músico, Andréa Knust.

Carreira

Cristão, Sérgio Knust era um requisitado músico no meio gospel e secular. Nos anos 1990 estudou Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e formou-se bacharel em violão pelo Conservatório Brasileiro de Música.

Multi-instrumentista, compositor e arranjador, tocou em bandas como Novo Som e Yahoo, além de tocar e gravar com artistas diversos, como Aline Barros, Davi Sacer, Marina de Oliveira, Cassiane, Fernanda Brum, Bruna Karla, Gisele Nascimento, Michelle Nascimento, Jozyanne, Wanessa Camargo, Fagner, Dudu Falcão, Tânia Mara, Fafá de Belém, LS Jack e Eliana, entre outros.

Ao longo dos anos 2000, teve composições gravadas por artistas como Flordelis, Pedro & Thiago, Wanessa Camargo e Xuxa. O músico, que completaria 53 anos no próximo dia 19, atualmente se dedicava a dar aulas na Cidade das Artes, e planejava uma mudança para Nova Friburgo para iniciar parcerias com músicos locais.

Nas redes sociais, o cantor e pastor Kleber Lucas lamentou a partida do amigo: “É desse sorriso que vou me lembrar para sempre! Descanse, meu mano”.

“Notícia triste, mais um amigo se foi de maneira trágica. Meu Deus que dias difíceis”, escreveu o pastor, cantor, compositor e produtor Emerson Pinheiro. “Lamentamos muito por essa grande perda para a nossa música e para a humanidade”, publicou Jairo Bonfim”.

Davi Sacer, que trabalhou com o músico, também manifestou pesar: “Triste notícia! Perdemos um dos melhores guitarristas que conheci”.

Brasil se alinha a EUA e Israel em votação contra Hamas na ONU

Filho de Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) qualificou nesta quinta-feira (7) de “dia histórico na relação entre Brasil e Israel” o fato de o Itamaraty ter se alinhado aos EUA e ao Estado judaico e votado a favor de um voto de censura contra o grupo militante palestino Hamas na ONU.

A resolução, de iniciativa dos EUA, acabou não sendo aprovada por falta de votos suficientes na Assembleia Geral.  Era necessário o apoio de dois terços dos membros.

Embora resoluções da assembleia não sejam de cumprimento obrigatório, elas têm peso político. O texto obteve 87 votos a favor, 58 contra e 32 abstenções. Dezesseis países não votaram. “É a primeira vez que o Brasil vota a favor de Israel contra um grupo terrorista! Vitória! Parabéns ao Itamaraty pelo posicionamento, certamente tal fato colabora para o Brasil deixar de ser um anão diplomático”, escreveu Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.

Segundo o deputado, a mudança no voto brasileiro já seria resultado da visão do novo governo e do futuro chanceler, Ernesto Araújo. Argentina, Uruguai e Chile também votaram a favor do texto. Em votações do tipo, o Brasil tradicionalmente sempre apoiou os palestinos ou optou pela abstenção.

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, que deixa o cargo no fim do ano, disse que os EUA levam o resultado da votação “muito seriamente”. “Antes que a Assembleia Geral possa advogar o acordo e a reconciliação entre os palestinos e Israel, precisa condenar sem ambiguidade e sem condições o terrorismo do Hamas”, afirmou ela antes da votação.
Com informações Conib

domingo, 9 de dezembro de 2018

'Bolsonaro não tem um projeto para o País', afirma Luciano Huck

O apresentador e empresário Luciano Huck diz não enxergar nas propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro “um projeto de País”. Embora afirme que Bolsonaro “não enganou ninguém” durante a eleição e defenda um voto de confiança no futuro presidente, Huck cobra um plano de redução da desigualdade para o País “não ficar andando de lado para sempre”. O apresentador já admitiu que não tem mais como sair da “caixinha” da política, onde entrou quando passou a ser cotado como um potencial “outsider” na disputa presidencial deste ano. Após muitas especulações, ele não aceitou entrar na arena eleitoral. Nesta entrevista ao Estado, Huck admite que centro está convergindo para um novo partido e comenta as acusações contra o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Em entrevista recente ao ‘Estado’, você disse que não conseguiria mais voltar "para a caixinha que estava". Qual será seu próximo passo na política? Vai se filiar a algum partido?
Minhas intenções não mudaram. Minhas movimentações nesse último ano e meio nunca foram um projeto político, pessoal, uma coisa personalista no sentido de algo que eu estivesse fazendo ao meu favor. Desde o começo foi uma convocação geracional. E eu acho que ela segue sendo assim. Estou há 19 anos viajando o País muito intensamente – de todos os cantos e todos os recortes. Isso ninguém tira de mim. Você pode fazer mestrado em Harvard, mas isso você não vai aprender. E o que me incomoda, há algum tempo e de maneira bem franca, é a desigualdade que a gente tem no País. Então se a gente não tiver um projeto claro e bem desenhado de redução de desigualdades esse País vai ficar andando de lado pra sempre. Acho super legal as iniciativas do terceiro setor e de filantropia. Por outro lado, só quem vai ter o poder, de fato, de reduzir a desigualdade no País é o Estado. Quem toca o Estado é a política. 

O tema da desigualdade passou ao largo na última campanha...
Acho que ficou muito claro nessa eleição que as pessoas estavam sedentas por coisas novas. Acho que o Bolsonaro é a cristalização, a materialização desse inconformismo, dessa descrença da política como um todo. Mérito dele. Está eleito presidente. Mas eu não enxerguei na campanha como um todo, de todos os candidatos, e sigo não enxergando, um projeto de País. Eu não consigo ver. A gente fica discutindo aqui a fiação e o encanamento, mas não as reformas estruturais necessárias, que todos concordam, e que são necessárias para o País não quebrar. Mas são discussões de calculista. Não enxergo qual é o projeto de País. E nas agendas que dependem da crença pessoal do Bolsonaro, ele também não está mentindo. A chancelaria, por exemplo, eu posso não concordar. A educação, que quando ele chegou a aventar o nome do Mozart (Neves Ramos), eu disse “caramba bicho!” eu vou festejar o Bolsonaro... Mas, não, ele foi para um caminho que é o que ele pensa. 

Não enxerga um projeto de País no futuro governo Bolsonaro?
A gente vive em uma democracia. Ele ganhou a eleição. A eleição está ganha. Ele vai fazer o governo dele com as coisas que ele acredita. Eu acho de verdade que, nesse momento, não é para fazer oposição. Eu acho que a gente tem que dar um voto de confiança para quem ganhou. A beleza da democracia é que a votação é individual, mas a responsabilidade pelo resultado é coletiva. Ele ganhou a eleição legitimamente. Não é hora de fazer oposição. É hora de ter diálogo, é hora de conversar. Não acho que o Bolsonaro enganou ninguém. Ele está fazendo exatamente o que falou que ele ia fazer. A equipe econômica é uma equipe extremamente competente, liberal, com uma cabeça boa, comprometida e com nomes muito bons, começando pelo Paulo (Guedes) de quem eu tenho muito respeito e gosto. 

Mas você vê no Bolsonaro um projeto de País?
Eu acho que não. E não estou falando isso como uma coisa negativa. Acho que ele não teve nem tempo. Ele ganhou a eleição agarrado no cangote, com 7 segundos de televisão, sem dinheiro... Ganhou na raça e na marra. Eu não acho que ele tenha um projeto de País, mas as pautas com as quais ele ganhou a eleição, ele vai poder atuar. O Sérgio Moro, de quem eu gosto e tenho muito respeito, acho que ele tem várias funções nesse governo. Primeiro, para quem colocava em xeque a democracia, sob o ponto de vista das coisas que o Bolsonaro disse no passado... o Sérgio Moro é um legalista. Quando você põe um legalista como ministro da Justiça com o poder que ele tem, está claro que as leis serão seguidas. E do outro lado, uma agenda liberal na economia que ele pode fazer virar realidade. Precisa de uma agenda eficiente por um lado, mas ela tem que ser afetiva. Se você não tiver uma agenda social muito focada, com prioridades claras, o País vai continuar sendo desigual. A redução de desigualdade é um problema enorme e de solução complexa. Precisa ser prioridade, mas acho que não vai ser nesse caso. 

Em pautas como flexibilizar o estatuto de desarmamento, Escola sem Partido e meio ambiente, há risco de retrocesso?
Vejo risco de retrocesso. Na educação, vejo. A evolução que a gente teve nos últimos 20 anos no Brasil chegou em um nível tão bacana que você pega todos que estudam a educação hoje está tudo meio em um consenso, os discursos estão meio parecidos. Todo mundo sabe os nossos problemas. O nosso problema hoje é o de subir o sarrafo da qualidade. Hoje em dia é qualificar e avaliar professor, é combater evasão escolar, é você fazer alfabetização no tempo correto, é você transformar a escola no epicentro da cidade e da sociedade. Está todo mundo nesse caminho. Agora, a cabeça que o Bolsonaro colocou ali... Para mim, discutir escola sem partido agora é uma bobagem tão grande. 

Como tem lidado com o Fla-Flu da política?
Tem que ter meio tom. Mas o meio tom não tem que ser um partido político, do tipo temos que fazer um partido de centro...Eu realmente não tô nessa página. É muito mais fácil eu ficar na televisão fazendo o meu programa e ganhando o meu dinheiro do que estar aqui falando desses assuntos com você. Isso aqui é exatamente fora da minha zona de conforto. O que está acontecendo comigo é que eu não quero me politizar porque eu não quero ser político. Eu quero ser um cidadão atuante que, de fato, vai contribuir para um novo ciclo para o País - trazendo gente, curando gente, trazendo ideias, rodando o mundo, encontrando soluções. Eu quero rodar o Brasil e poder criar um ímã potente para atrair gente afim de fazer diferente. As lideranças, naturalmente, vão aparecer. Dentro desse contexto, que não é simples, eu não estou preocupando se é de direita ou de esquerda. Eu quero ver as boas ideias. No final das contas é sobre como a gente melhora a vida das pessoas, como a gente reduz desigualdade, como que a gente melhora a questão das favelas, como a gente distribui renda, como a gente inclui a dona Maria Inajá, uma analfabeta funcional com 6 filhos, para além do Bolsa Família, como é que os filhos dela podem ter um futuro... A discussão de como a gente pode ter um País menos desigual... e não quer dizer que o rico tem que ficar mais pobre, não, eu só quero que quem esteja embaixo tenha um nível de decência pelo menos . Eu vou chutar com as duas pernas, acho que tem boas cabeças dos dois lados. Eu não estou muito preocupado em tomar um lado não. O meu lado é o lado que faz bem para o País, que faz bem para todo mundo. Eu sou capaz de criticar o que eu não concordo na agenda do Bolsonaro e capaz de apoiar as coisas que acho que são positivas para o País. 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse recentemente que é preciso criar um ‘centro radical’; políticos como o Paulo Hartung têm liderado conversas...Esse é o seu campo político?
Tenho conversado muito com o Paulo. E eu acho que o que ele fez no Espírito Santo é uma referência importante de gestão pública para o Brasil. O Hartung tem essa característica de não levantar bandeiras e de querer juntar gente boa. O presidente Fernando Henrique, como sempre, é alguém muito lúcido. Acho que essa reorganização partidária vai ser necessária, por causa da cláusula de barreira, por causa de uma série de coisas que estão acontecendo. Eu acho que o centro vai sim se organizar... 

Em um novo partido? 
Eu acho que sim. Está convergindo pra isso. Os dois maiores ativos que os partidos pequenos tinham para sobreviver era tempo de televisão e Fundo Partidário. Eles perderam. Informações Estadão

Militantes do MST são assassinados em acampamento na Paraíba, diz polícia

Dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados no sábado em acampamento na cidade de Alhandra (PB), a cerca de 45 quilômetros de João Pessoa, afirmaram o grupo e a polícia.

Segundo o MST, bandidos entraram encapuzados no acampamento e metralharam a área onde jantavam os agricultores.

A polícia em Alhandra confirmou as mortes e informou que dois policiais de João Pessoa foram enviados para ajudar a investigar as mortes e estavam ouvindo testemunhas neste domingo.

Nenhum suspeito foi identificado ou preso, informou a polícia, e os corpos dos ativistas ainda estavam no acampamento.

O MST afirmou que os homens assassinados eram José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino, coordenadores do acampamento, “o que evidencia o caráter de crime para intimidar a luta pela terra”. O grupo cobrou uma investigação rápida do crime e prisão dos assassinos e disse que o acampamento abriga 450 famílias, que produzem “numa terra que foi encontrada abandonada, totalmente improdutiva e que havia se tornado apenas um bambuzal”. O proprietário, segundo o MST, é o grupo Santa Tereza.

Ainda segundo o MST, Silva era irmão de Odilon da Silva, membro do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e também assassinado na Paraíba, há nove anos.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, os assassinados relacionados a disputas de terra no Brasil somaram 70 no ano passado. A entidade afirmou em relatório divulgado em abril que o número é o mais alto desde 2003, quando 73 pessoas foram assassinadas em conflitos fundiários no país.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, considera o MST como um grupo terrorista. Grupos como o MST temem que a posição de Bolsonaro sobre a questão possa estimular ainda mais violência em regiões rurais do país. Informações Exame