Segundo o IBGE, o Brasil possui 13,1 milhões de desempregados, 892 mil a mais que no período anterior. O número de pessoas desalentadas (que desistiram de procurar emprego) ou com mão de obra subutilizada também subiu.
A taxa de desemprego do país ficou em 12,4% no trimestre móvel encerrado
 em fevereiro, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro
 de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
A taxa ficou acima daquela registrada no trimestre móvel 
anterior, encerrado em novembro de 2018, de 11,6%, mas abaixo da marca 
apurada em mesmo período de 2018, de 12,6%.
A leitura ficou em linha com a expectativa de analistas de 24 consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que previam, em média, uma elevação da taxa de desemprego para 12,4% no trimestre móvel encerrado em fevereiro.
O
 total de desempregados -- pessoas de 14 anos ou mais que buscaram 
emprego, sem encontrar na semana de referência da pesquisa -- estava em 
13,098 milhões em fevereiro. Esse contingente era 7,3% maior do que no 
trimestre móvel anterior, ou 892 mil pessoas a mais. Frente a um ano 
antes, diminuiu em apenas 0,2%.
A busca por empregos cresce na 
medida em que o mercado passa por um período de dispensas. A população 
ocupada (empregados, empregadores, autônomos etc) somava 92,127 milhões 
nos três meses até fevereiro, 1,1% a menos do que no trimestre anterior,
 ou 1,062 milhão de pessoas a menos. Frente ao segundo mês de 2018, o 
total de ocupados aumentou 1,1%, ou 1,036 milhão de pessoas a mais.
O
 processo de recuperação do mercado de trabalho foi iniciado em abril de
 2017, especialmente via empregos formais. Em 2018, porém, a recuperação
 perdeu fôlego e foi menos intenso do que o previsto, assim como a 
retomada da atividade econômica como um todo.
Renda 
Os
 trabalhadores tiveram ganho real de salários neste início de ano - o 
rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos foi 
de R$ 2.285 no trimestre encerrado em fevereiro, 1,6% acima do período 
de setembro a novembro de 2018 (R$ 2.250).
Na comparação com mesmo
 trimestre móvel de 2018, o avanço da renda foi de 0,7%. Essa variação é
 considerada estabilidade pelo IBGE, ou seja, está dentro do intervalo 
de confiança (margem de erro) da pesquisa.
O avanço da renda, 
contudo, foi para poucos, uma vez que a população ocupada encolheu 1,1% 
no trimestre móvel terminado em fevereiro.
Apesar disso, o 
desempenho da renda foi suficiente para manter a massa de rendimentos 
(total da renda de todos os trabalhadores) em terreno positivo. A massa 
somou R$ 205,416 bilhões de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019, 0,5% 
acima do trimestre móvel anterior e 2% maior do que no mesmo período 
findo em 2018.
Trabalhadores subutilizados
O
 país tinha 27,929 milhões de trabalhadores subutilizados de dezembro a 
fevereiro deste ano. Trata-se de uma alta de 3,3% frente aos três meses 
anteriores (setembro a novembro), o correspondente a 901 mil pessoas a 
mais.
A subutilização -- espécie de mão de obra "desperdiçada" -- 
inclui três tipos de trabalhadores: os desempregados; os subocupados 
(pessoas empregadas, mas que gostariam e poderiam trabalhar mais); e a 
força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão 
disponíveis para trabalhar).
"Esse crescimento está ligado ao 
aumento de desocupação no trimestre", disse Cimar Azeredo, coordenador 
de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A taxa de subutilização estava 
em 24,6% da força de trabalho ampliada (que soma a força de trabalho com
 a força de trabalho potencial) no trimestre encerrado em fevereiro, 
acima do trimestre móvel anterior (23,9%).
Já o desalento -- que 
integra o conjunto de subutilizados -- chegava a 4,855 milhões de 
pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, 150 mil pessoas a mais na 
comparação ao trimestre móvel anterior. Quando comparado ao mesmo 
período do ano passado, o desalento cresce 6%. www.valor.com.br