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Imagem da Polícia recolhendo o material apreendido. Foto: Polícia Civil |
A juíza de plantão Érika Fernandes Fortes impôs prisão preventiva – por tempo indeterminado – dos
14 flagrados com 15 mil testes de coronavírus, além de quase 2 milhões
de equipamentos de prevenção, em operação da Polícia Civil de São Paulo.
Eles negociavam todos os itens por R$ 3 milhões de reais. Disfarçado de
empresário, um delegado foi responsável pelas tratativas que atraíram
os investigados para a ação policial.
Documento
- DECISÃO PDF
A
magistrada afirma levar em consideração a ‘audácia dos agentes, seja
pela notícia de que não interromperiam a atividade criminosa, haja vista
informações constantes nos autos de que estariam planejando outra ação
semelhante, seja pelo fato de os indiciados praticarem a presente
conduta em pleno estado de pandemia pela qual passa o mundo, em que
todos os esforços têm sido feitos para combater sua disseminação,
inclusive com falta de itens de prevenção’.
“Compete ao Poder
Judiciário, ademais, garantir a ordem pública, que é atingida
diretamente quando fatos como este, de grande repercussão, vem à tona.
Ademais, entre os indiciados estão alguns estrangeiros (chineses), sendo
temerária a soltura antes de verificar a real situação em que se
encontram no país”, anotou.
Um dos presos, Marcos Zheng, é o
proprietário do imóvel onde a carga roubada de uma importadora, no
Aeroporto Internacional de Guarulhos, foi encontrada. Ele é apontado
como líder da quadrilha pelos investigadores.
Segundo a
magistrada, Zheng estava ‘acompanhado de seus seguranças pessoais
armados e dadas as circunstâncias acima elencadas, sua efetiva
participação na empreitada ainda há de ser melhor investigada’.
“Todavia, tratando-se de pessoa que possui informações privilegiadas,
especialmente frente ao seu contato direto com alto escalão do governo
estadual e empresas chinesas responsáveis pela negociação dos testes
para exame do Covid 19, entendo que sua custódia neste momento é
necessária”.
Segundo a magistrada, Zheng ‘é responsável por
diversas negociações e intermediações de negócios entre a Secretaria
Estadual de São Paulo, Governo Estadual, e a China, incluindo a conexão
entre São Paulo e empresas de Wuhan, cidade chinesa onde o Corona vírus
teve início’.
“Também estavam no local e foram presos empresários
do ramo de equipamentos hospitalares e todos mencionaram que estavam ali
exatamente para negociarem com o Sr. Fu mercadorias para o combate ao
corona vírus, produtos estes que, segundo eles mesmos, “estão valendo
mais que ouro””, anota a juíza, ao se referir a Fu Zhihong.
Os
presos são Zheng Xiao Yun, Paulo Sérgio Perniciotti, Lanfen Zong,
Antonio Ricardo dos Santos Lima, João Rodolfo Rodrigues da Silveira,
Kawe Mycon Brito dos Santos, Cleber Marcelino da Silva, Marcelo Martins
da Silva, Hilmar Jose Duppre Junior, Alex Liberato dos Santos, Dagoberto
da Silva Tomo, Fu Zhihong, Wu Hang e Zhang Ruifeng. estadao