O Brasil avançou no Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em todas etapas de ensino, mas
 apenas nos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, 
cumpriu a meta de qualidade nacional estabelecida para 2019. Os 
resultados foram divulgados hoje (15) pelo Instituto Nacional de Estudos
 e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Medido a cada dois anos, o Ideb é o 
principal indicador de qualidade da educação brasileira. O índice 
registrado nos anos iniciais no país passou de 5,8, em 2017, para 5,9, 
em 2019, superando a meta nacional de 5,7 considerando tanto as escolas 
públicas quanto as particulares. Nos anos finais do ensino fundamental, 
do 6º ao 9º ano, avançou de 4,7 para 4,9. No entanto, ficou abaixo da 
meta fixada para a etapa, 5,2. No ensino médio, passou de 3,8 para 4,2, 
ficando também abaixo da meta, que era 5. 
O Ideb é calculado com base em dados de 
aprovação nas escolas e de desempenho dos estudantes no Sistema Nacional
 de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O Saeb avalia os conhecimentos 
dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O índice final varia 
de 0 a 10.
O índice tem metas diferentes para cada ano 
de divulgação e também metas específicas nacionais, por unidade da 
federação, por rede de ensino e por escola. A intenção é que cada 
instância melhore os índices para que o Brasil atinja o patamar 
educacional da média dos países da Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em termos numéricos, segundo o Inep, isso 
significa progredir da média nacional de 3,8, registrada em 2005 na 
primeira fase do ensino fundamental, para um Ideb igual a 6 em 2022, ano
 do bicentenário da Independência. Para os anos finais do ensino 
fundamental, a meta nacional é 5,5 e, para o ensino médio, 5,2. Esta é a
 penúltima divulgação do Ideb antes do fim das metas previstas. A 
próxima será em 2022, referente a 2021. 
Desigualdades 
Mesmo tendo cumprido a meta de 2019 e 
estando muito próximo de atingir a meta nacional de 2021, até mesmo os 
dados dos anos iniciais do ensino fundamental mostram que o país ainda 
tem uma série de diferenças educacionais quanto analisados os dados 
regionais, estaduais e municipais.
Na Região Norte, apenas 36,4% dos municípios
 atingiram a meta para a rede pública, que concentra a maior parte das 
matrículas na etapa de ensino. O que significa que cerca de seis a cada 
dez municípios não atingiram a meta. Nessa região, apenas 4,9% das redes
 públicas municipais têm um índice 6 ou maior. Na Região Sudeste, 73,9% 
das redes municipais têm Ideb 6 ou mais. A maior porcentagem de redes 
municipais com Ideb 6 ou mais está no estado de São Paulo, 91,3%. 
O Ceará tem a maior porcentagem de 
municípios que atingiram a meta do Ideb 2019 para as escolas públicas 
municipais, de 98,9%, seguido por Alagoas, com 92,1%. Por outro lado, no
 Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, 
Sergipe e Tocantins menos da metade dos municípios alcançou a meta 
esperada.
As diferenças seguem pela trajetória 
escolar. Nos anos finais do ensino fundamental, na rede pública, 631 
municípios alcançaram ideb igual a 5,5 ou mais, maior nível considerado.
 Um a cada três desses municípios está no estado de São Paulo. No outro 
extremo, 373 municípios têm o índice até 3,4, o nível mais baixo. 
Desses, 28,7% são municípios da Bahia.
No ensino médio, apenas 9,3% das escolas 
públicas estaduais, que concentram a maior parte das matrículas na 
etapa, têm Ideb 5,2 ou mais, nível mais alto considerado para a etapa. 
Norte e Nordeste estão abaixo da média nacional com, respectivamente, 
2,6% e 7,6% das escolas públicas com os maiores índices.
Municípios abaixo da meta
Com o avanço do tempo, as metas ficam também
 mais ambiciosas e mais escolas acabam ficando para trás. No ano 
passado, menos municípios conseguiram cumprir as metas sugeridas. 
Considerando as metas para os anos iniciais do ensino fundamental para 
as escolas públicas municipais, em 2017, 3,6 mil municípios cumpriram a 
meta, o equivalente a 70%. Em 2019, esse número caiu para 3,2 mil, ou 
62%.
Nos anos finais do ensino fundamental, 1,2 
mil, o equivalente a 23% dos municípios conseguiram alcançar a meta para
 2019 para as escolas públicas. Em 2017, foram 2,1 mil, o equivalente a 
38,5%. Esses dados não foram disponibilizados para o ensino médio. 
Avanços na escola pública
Embora o Ideb da rede pública seja, em todas
 as etapas de ensino, inferior ao da rede particular, foi entre as 
públicas que ele apresentou mais avanços. Nos anos iniciais do ensino 
fundamental, o índice passou, na rede pública, de 5,5 em 2017 para 5,7 
em 2019, extrapolando a meta de 5,5 para o ano. Nas privadas, permaneceu
 7,1, inferior à meta para essas escolas, que era 7,4 para o ano.  
Nos anos finais do ensino fundamental, a 
rede privada também manteve, em 2019, o Ideb de 2017, que era 6,4 e 
ficou abaixo da meta de 7,1. Já as públicas passaram de 4,4 para 4,6. 
Também não cumpriram a meta, que era 5.
O ensino médio foi a única etapa que 
apresentou avanço também entre as escolas particulares, cujo Ideb passou
 de 5,8 para 6. O índice ficou, no entanto, abaixo da meta, que era 6,8.
 Entre as públicas estaduais, índice teve um aumento maior, de 0,4, 
passando de 3,5 em 2017 para 3,9 em 2019. Mesmo assim, a rede estadual 
ficou abaixo da meta 4,6.
AgênciaBrasil