No terceiro dia de inscrições para o edital
emergencial do Mais Médicos, balanço divulgado pelo Ministério da Saúde
indica que 92% das vagas disponíveis já foram preenchidas e que 25.901
profissionais inscreveram-se para o programa. O governo seleciona
médicos para ocupar 8.517 vagas abertas após o fim da participação de
profissionais cubanos no programa.
Apesar de positiva, membros do setor veem a maior procura ao edital
com desconfiança. Isso porque, apesar da adesão de brasileiros ao
programa ter aumentado nos últimos anos, o momento de apresentação às
vagas costuma ser um dos principais entraves enfrentados no Mais
Médicos.
Em 2017, o Ministério da Saúde abriu concurso para selecionar
brasileiros para o Mais Médicos. Ao todo, 6.285 se inscreveram para
2.320 vagas, mas só 1.626 apareceram para trabalhar. Cerca de 30%
deixaram seus postos antes de um ano de serviço.
Desde a última quarta (21), quando as inscrições foram abertas, 7.871
médicos já escolheram os locais onde pretendem trabalhar,
conforme previsto pelo edital. Na manhã desta sexta, 27 deles
apresentaram-se para iniciar as atividades nos municípios que indicaram.
No balanço feito na quinta (22), 11.429 estavam inscritos até às 17h,
dos quais 5.212 estavam efetivados. Na ocasião, muitos médicos
reclamavam de instabilidade para acessarem o formulário de inscrição.
Já nesta sexta, de acordo com a Saúde, dos quase 26 mil
inscritos, 17.519 médicos que tiveram o pedido efetivado até às 16h30. A
candidatura ao programa é confirmada quando as informações do médico já
foram conferidas. Ele também precisa ter o registro válido no CRM
(Conselho Regional de Medicina).
No dia 21 de novembro, primeiro dia para o preenchimento do cadastro,
houve 1 milhão de acessos simultâneos ao sistema, "volume
característico de ataques cibernéticos", conforme confirmou o governo. O
total é "mais que o dobro do número de médicos em atuação no país".
Os problemas fizeram com que as inscrições, que seriam realizadas
inicialmente até o dia 25 de novembro, fossem estendidas até 7 de
dezembro.
Após o período de inscrição, a próxima etapa é a apresentação dos
documentos exigidos para validação de gestores e início das atividades
nos municípios. Inicialmente, o cronograma previa que as atividades
iniciassem no dia 3 de dezembro.
Com a saída de médicos cubanos, que já deixa unidades de saúde sem
médicos, a pasta passou a sugerir a possibilidade de apresentação
imediata já a partir desta sexta, com data final até 14 de dezembro. Até
o momento, segundo o ministério, 40 médicos já se apresentaram nas
unidades básicas de saúde.
Ao anunciar o edital, o ministério informou a possibilidade de abrir
um segundo edital para médicos formados no exterior no dia 27 deste mês.
Com a alta procura, a previsão de novo edital para esse grupo é vista
como improvável.
Segundo o ministério, caso não haja comparecimento, a previsão é que
as vagas sejam disponibilizadas em novo edital —novamente com prioridade
para brasileiros ou estrangeiros com diploma revalidado.
Os profissionais do Mais Médicos recebem bolsa-formação (atualmente
no valor de R$ 11,8 mil) e uma ajuda de custo inicial entre R$ 10 e R$
30 mil para deslocamento para o município de atuação. Além disso, todos
têm a moradia e a alimentação custeadas pelas prefeituras.
Desde 2017, a pasta passou a reajustar o valor da bolsa anualmente
aos médicos participantes, e concedeu, também, um acréscimo de 10% nos
auxílios moradia e alimentação de profissionais alocados em DSEI. Folha/Mais Médicos
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