Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (30) que a usina nuclear de
Angra 3 é uma das prioridades de seu governo. "Não podemos deixar de
implementar essa forma de energia no Brasil." De acordo com o
presidente eleito, a escolha do almirante de esquadra Bento Costa Lima
Leite de Albuquerque Junior como ministro de Minas e Energia, que é
físico nuclear e entende com profundidade o tema, mostra a prioridade em
relação à Angra 3.
Ele falou em coletiva durante visita à
Canção Nova, instituição da Igreja Católica com sede em Cachoeira
Paulista, no interior de São Paulo.
O presidente afirmou, ainda,
que as igrejas que trabalham de maneira filantrópica vão continuar a ter
isenção de impostos, "porque o trabalho prestado é de extrema
relevância, e não é justa qualquer taxação nesse sentido."
Equipe
Questionado
sobre a forma de escolha de seus ministros, o presidente eleito disse
que "está incomodando os setores que não querem que o Brasil cresça,
porque são pessoas [indicados] técnicas, responsáveis e honestas."
Bolsonaro
disse que Olavo de Carvalho, assim como qualquer pessoa, tem influência
em seu governo, mas que por coincidência duas pessoas caras a ele foram
escolhidas como ministros, inclusive o da Educação, Ricardo
Vélez-Rodríguez. "Não podemos deixar relegada à agenda de esquerda
e marxista a nossa educação, tanto estou certo que o PT dobrou o gasto
com educação, e a qualidade caiu."
Ainda sobre a equipe,
afirmou que "não fez campanha prometendo absolutamente nada a ninguém" e
que pretende aproveitar só as "boas pessoas".
Magno Malta
Em
relação a Magno Malta, um de seus fiéis apoiadores, Bolsonaro afirmou
que não tem como dar ministério para todo mundo, porque não seria
producente, mas que Malta não ficará abandonado.
"Não temos função
ainda para ele, estamos aguardando ele falar onde poderia servir
melhor. Existe campo para ele, mas infelizmente os cargos de ministério
estão se esgotando."
De acordo com Bolsonaro, no total, seu governo deve ter metade da quantidade de ministérios que o Brasil tem hoje.
Previdência
Bolsonaro disse também que considera "injusta" a reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional pelo governo do presidente Michel Temer. "Não
podemos querer salvar o Brasil, mas matar o idoso", afirmou o
presidente eleito, em coletiva durante visita à sede da Canção Nova.
Ele
afirmou que, na próxima semana, estará em Brasília para conversar com
os partidos políticos. Sem dar detalhes de quais serão abordados, ele
afirmou que deve falar "com dois ou três a cada dia".
De acordo
com ele, na relação com o Congresso, seu governo já atendeu algumas
grandes bancadas, como a ruralista. E, assim sendo, sua equipe deve
tentar alcançar o sucesso para o país por esse caminho. "Todos
os parlamentares sabem da situação difícil em que o Brasil se encontra.
Estamos mergulhados na maior crise ética e econômica e devemos sair
juntos. O presidente sozinho não pode fazer nada", afirmou.
O
risco de sua agenda não dar certo, segundo Bolsonaro, é o da volta do
"abismo vermelho, triste e cruel" do socialismo e do comunismo.
Venezuelanos no país
O
presidente eleito reiterou que o Brasil deve acolher os venezuelanos
que fugiram para o país, mas dando suporte ao Estado de Roraima, que não
pode ficar largado à própria sorte, e pressionando o governo de Nicolas
Maduro a resolver a situação.
"No que depender de mim, vamos
acolher os venezuelanos, porque ninguém sai de um país simplesmente
porque quer, mas pela fome e pela ditadura. Mas também vamos pressionar o
governo para que haja de maneira diferente."
Relações exteriores
Em
relação ao BRICS, grupo formado, além do Brasil, pelos emergentes
Rússia, Índia, China e África do Sul, Bolsonaro afirmou que está
discutindo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a gestão
brasileira na presidência do grupo, o que ocorrerá em 2019.
Sobre
os Estados Unidos, ele afirmou que o Brasil terá, pela primeira vez, um
presidente amigo dos americanos, que deve aprofundar a relação
comercial, e que deixará de lado o viés ideológico. "No primeiro
bimestre do ano que vem, devemos aparecer nos Estados Unidos, com equipe
formada, para aprofundarmos as relações bilaterais."
Reservas indígenas
Bolsonaro fez referência ao Acordo de Paris. Segundo ele, independente
de qualquer compromisso anteriormente firmado, o Brasil vai procurar
fazer o melhor em relação ao meio ambiente, porque é um país
responsável, mas criticou as demarcações de reservas indígenas. "Sempre
notei uma pressão externa no tocante a cada vez mais demarcar terras e
reservas, entre outros acordos que foram nocivos ao país", disse.
"Justifica a reserva dos ianomâmis ter duas vezes o tamanho do Estado do
Rio de Janeiro e só 9 mil pessoas? Não justifica."
O
presidente eleito disse que existe uma onda conservadora no mundo, da
qual sua eleição faz parte, assim como a dos presidentes da Argentina,
Paraguai e do Chile. "O povo quer família, não quer todo esse
progressismo que pregam por aí." Informações www.valor.com.br
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