A foto de um bebê dentro do saco amniótico intacto, como se estivesse
mandando um beijo, tem chamado a atenção na internet. O caso raro do
pequeno Noah foi registrado por uma fotógrafa especializada em partos em
Vila Velha, no Espírito Santo, na última segunda-feira (28).
Depois
de 39 semanas de "gestação conturbada", com anemia grave, Noah chegou
ao mundo por meio de cesariana, com 48 cm e pesando 3,41 kg. Por ter uma
dificuldade respiratória, Monyck explica que ele teve de ir para a
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal.
"Ele está bem e mamando muito. As enfermeiras o chamam de 'o fortão da UTI'", conta a mãe, Monyck Valasco.
"Foi uma surpresa para a gente", completa Monyck.
O
que explica tal espanto é a raridade da situação, para a ginecologista,
obstetra e especialista em reprodução Renata de Camargo Menezes. "Em
uma cesariana, normalmente a manipulação do médico facilita a ruptura da
bolsa. Já no parto normal, a pressão que o útero exerce com as
contrações acaba fazendo com que a bolsa se rompa", diz a médica.
No
entanto, apesar de não ser comum, a especialista diz que não há risco
no nascimento de um bebê empelicado - como é popularmente conhecido o
fenômeno. Pelo contrário.
"Para o bebê é melhor, porque ele sai
de um ambiente escuro e cheio de líquidos para um ambiente mais claro,
com barulho e temperaturas diferentes, e consegue se manter protegido um
pouco mais, se adaptar sem um choque muito grande", diz Renata.
Além
desse benefício, a obstetra e professora de ginecologia e obstetrícia
da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Melania Amorim explica
que médicos têm usado a técnica de não estourar a bolsa durante
cesarianas "como estratégia protetora para o nascimento de bebês
prematuros e também para o nascimento de bebês de mães que tenham o
vírus HIV".
Segundo a especialista, a literatura médica registra o
caso espontâneo - quando não há intervenção ou manuseio do médico para
evitar a ruptura - em um a cada 80 mil partos. uolnoticias
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