SÃO PAULO — Num encontro com advogados em São Paulo, o ministro da Justiça e Segurança, Sergio
Moro
, disse nesta quinta-feira ao tratar do projeto
anticrime
que trata de
caixa 2
que os políticos fazem "trapaça" quando utilizam este recurso em campanhas eleitorais. Moro foi direto:
— Que me perdoem os políticos, mas caixa 2 é trapaça. Tudo bem, não é
tão grave como a corrupção, que tem contrapartida, mas ainda assim tem
que ser criminalizado — disse o ministro, ressaltando que, ao contrário
do caixa 2, a corrupção "mina a capacidade de investimento do Estado".
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, admitiu ter recebido R$
100 mil para sua campanha de 2014. Delatores do grupo J&F relataram
outro repasse ao então deputado no mesmo valor em 2012. Ao comentar o
assunto, antes de assumir o cargo, Moro disse que tinha "confiança
pessoal" em Onyx.
Moro disse ainda que as medidas anticrime, em alguns casos, excluem o
tráfico de drogas porque o sistema penitenciário não suportaria mais
prisões. Moro afirmou que vai aguardar que o presidente Jair Bolsonaro,
submetido à cirurgia do intestino, receba alta para enviar o projeto aos
parlamentares.
— O sistema não comporta um endurecimento geral contra o tráfico de
drogas — afirmou Moro, ao apresentar o projeto que será encaminhado ao
Congresso Nacional, que trata principalmente de organizações criminosas,
corrupção e crimes violentos, que resultam em morte: — Será um
enduirecimento seletivo. O Globo
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