Mais uma descoberta arqueológica
trás à tona evidências da fidelidade dos relatos do Antigo Testamento,
conforme os judeus e cristãos já reconhecem. Dessa vez, se trata de uma
pequena impressão em uma peça de argila que data do século VIII antes de
Cristo, época em que viveu o rei Josias, conforme descreve a Bíblia
Sagrada.
A descoberta ocorreu nas escavações de um estacionamento de Givati,
no Parque Nacional da Cidade de Davi, em Jerusalém. Várias peças foram
encontradas, mas uma peça de argila em particular, utilizada na época
como um selo para autenticar escritos oficiais, chamou atenção dos
pesquisadores.
Nela está a seguinte inscrição: : “[pertencente] a Natã-Meleque,
Servo do Rei”, ou “LeNathan-Melech Eved HaMelech”. A Bíblia descreve
esse nome no livro de II Reis 23:10, como está escrito:
“Ele removeu da entrada do templo do Senhor os cavalos que os reis de
Judá haviam dedicado ao sol. Eles estavam no tribunal perto da sala de
um funcionário chamado Nathan-Melek. Josias, então, queimou as
carruagens dedicadas ao sol”.
Assim, a Dra. Anat Mendel-Geberovich, da Universidade Hebraica de
Jerusalém, acredita que o selo pertenceu ao funcionário do rei Josias,
especialmente por ser uma figura bastante conhecida da época, o que
explica a menção apenas ao seu primeiro nome.
“A pergunta de um milhão de dólares é se estou segurando na minha mão
a bula do mesmo Natan-Melech que foi mencionado na Bíblia. Bem, nuca
poderei dizer isso com plena certeza, mas o que posso dizer é que há uma
sobreposição de três coisas”, disse ela, listando em seguida os motivos
pelos quais acredita ser a peça certa.
“Primeiro, o nome Natan-Melech, que é raro. Segundo, o período em que
estamos falando, meados do século VII a.C — o rei Josias — e terceiro, o
fato de termos o título. Então, Natan-Melech era alguém que estava
perto do rei”, conclui a pesquisadora.
Para Yuval Gadot, da Universidade de Tel Aviv, e Yiftah Shalev, da
Autoridade de Antiguidades de Israel, os achados são importantíssimos
porque apontam para à maneira como os judeus eram organizados
administrativamente na época.
“Como muitas das conhecidas bolhas e selos não vêm de escavações
arqueológicas organizadas, mas sim do mercado de antiguidades, a
descoberta desses dois artefatos em um contexto arqueológico claro que
pode ser datado é muito emocionante”, disseram, segundo a CBN News.
“Esses artefatos atestam o sistema altamente desenvolvido de
administração no Reino de Judá e acrescentam informações consideráveis
à nossa compreensão do status econômico de Jerusalém e seu sistema
administrativo durante o período do Primeiro Templo”, concluem.
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