Um novo achado arqueológico pode animar os amantes da arqueologia
bíblica no mundo inteiro, e da história antiga em geral. Ele é fruto de
pelo menos 80 anos de buscas cercadas de dúvidas sobre a cidade de
Laquis, no centro de Israel.
Segundo informações do jornal Haaretz, essas dúvidas agora puderam
ser sanadas, pois a descoberta arqueológica mais recente indica que às
ruínas de Laquis pertencem ao antigo reino do rei Roboão, filho de
Salomão, como alguns arqueólogos desconfiavam.
A cidade de Laquis foi mencionada nas cartas de Amarna, que eram
enviadas pelo Egito aos reinos que estavam sob o seu domínio e aos
governadores em Canaã no século 14 a.C.
Além disso, no livro de Crônicas, da Bíblia Sagrada, também existe a
menção a esta cidade, indicando a existência e organização
político-religiosa da comunidade judaica naquela época, séculos antes de
Cristo.
Uma informação bíblica foi crucial para os arqueólogos. Em 2 Crónicas
11:5-11 Laquis é descrita como uma das cidades fortificadas pelo rei
Roboão, filho de Salomão, que governou Judá aproximadamente no século 10
a.C.
“E Roboão habitou em Jerusalém; e para defesa, edificou cidades em
Judá”, diz o texto. “E a Adoraim, a Laquis, e a Azeca… e fortificou
estas fortalezas e pôs nelas capitães, e armazéns de víveres, de azeite,
e de vinho”.
Foram justamente os indícios de fortificação que permitiram os
arqueólogos entenderem a origem das ruínas encontradas. Nas escavações
atuais eles descobriram paredes fortificadas, como descreve a Bíblia,
que datam do período do reino de Roboão.
“Descobrimos que Laquis era uma cidade fortificada e que foi
estabelecida por volta do ano 920 a.C.”, diz o professor Yossi
Garfinkel, chefe do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de
Jerusalém.
Garfinkel explica que o reino judaico foi crescendo aos poucos e,
diferente do que se imaginava até então, ele já existia no século 10
antes de Cristo. “Foi um processo gradual e agora posso ver”, afirma o professor.
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