(ANSA) - O ex-presidente do Peru Alan García se suicidou nesta
quarta-feira (17), ao disparar contra sua própria cabeça para evitar a
execução de um mandado de prisão provisória de 10 dias.
García atirou em si mesmo assim que a Polícia Nacional chegou em sua
casa, no bairro de Miraflores, em Lima, e foi levado ao hospital de
emergências Casimiro Ulloa, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.
"Nesta manhã ocorreu esse
lamentável acidente: o presidente tomou a decisão de disparar em si
mesmo", disse o advogado do ex-mandatário, Erasmo Reyna, na porta do
hospital. Segundo a ministra da Saúde do Peru, Zulema Tomás, García
sofreu três paradas cardiorrespiratórias.
O ex-presidente era investigado por suposto recebimento de propina da
empreiteira brasileira Odebrecht, em um caso que diz respeito às obras
da linha 1 do metrô de Lima, realizadas em seu segundo mandato
(2006-2011).
A ordem de prisão havia sido emitida na última terça-feira (16), e
García afirmara que não pretendia "se esconder". No fim do ano passado, o
ex-mandatário chegou a pedir asilo ao Uruguai, mas a solicitação foi
rejeitada.
O objetivo da Justiça era usar os 10 dias de prisão provisória para
coletar novos elementos para a investigação e evitar um risco de fuga.
"Estou consternado pelo falecimento do ex-presidente Alan García. Envio
minhas condolências à sua família e a seus entes queridos", disse o
atual presidente do Peru, Martín Vizcarra.
Além dele, outros três ex-presidentes do Peru são investigados em
casos envolvendo a Odebrecht: Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta
Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018).
A principal figura da oposição, Keiko Fujimori, filha do
ex-mandatário Alberto Fujimori, também é alvo de inquérito. A própria
empreiteira admitiu ter pagado US$ 29 milhões em propinas a governantes
peruanos, incluindo García. (ANSA) infomoney
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