A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) prestará depoimento em
Brasília sobre a morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo.
Flordelis pediu para ser ouvida na capital federal, onde também tem
residência, e não no Rio de Janeiro.
O depoimento acontecerá em um das varas criminais da Justiça do
Distrito Federal. Segundo o advogado da deputada, Fabiano Migueis,
Flordelis ainda não foi intimada.
– Ela tem domicílio aí [Brasília] e usou a prerrogativa, o direito
legal dela. Não tem nenhum motivo específico. A carta precatória é
expedida pela Justiça do Rio de Janeiro e distribuída no Tribunal de
Justiça de Brasília, que vai nomear algum juiz para colher o depoimento
dela – afirmou Migueis ao portal Metrópoles.
Nesta quinta-feira (31), a 3ª Vara Criminal de Niterói, no Rio de
Janeiro, ouvirá novamente os dois filhos da deputada presos por
envolvimento na morte de Anderson do Carmo. Lucas e Flávio dos Santos
foram indiciados e estão presos desde o dia 17 de junho, dia seguinte ao
assassinato do religioso.
O CASO
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do último dia 16 de junho, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como secretário-geral do PSD no Estado.
Dois filhos da pastora, Lucas dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos
Santos, de 38, estão presos desde o dia 17 de junho, um dia após o
crime. Eles foram indiciados pela morte do pastor. O mais velho assumiu
ter efetuado seis tiros. Lucas teria ajudado comprando a arma, mas não
estaria em casa no momento dos disparos. Os agentes ainda estão
investigando os pontos contraditórios.
Um terceiro filho teria afirmado, em depoimento, que não ouviu
discussão, barulho de carro ou moto em fuga. Que quando chegou na cena
do crime encontrou o irmão Flávio próximo ao pai, caído. Ele garantiu
ainda que o celular de Anderson, que está sumido, foi entregue a
Flordelis.
Ainda em depoimento, o filho disse que o pastor já recebeu uma
mensagem com ameaça de morte e uma das irmãs ofereceu R$ 10 mil a Lucas
para que cometesse o crime. Flordelis e três filhas já teriam colocado
remédios na comida de Anderson, por isso, sua saúde estava debilitada.
A mãe de Anderson do Carmo, Maria Edna do Carmo, acredita no
envolvimento da nora, Flordelis, na morte do pastor. A irmã de Anderson,
Michele do Carmo, que recentemente morreu em decorrência de uma anemia,
também acreditava que a deputada havia sido a mandante do crime. PN
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