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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Brasil não tem poderio nuclear para opinar sobre EUA x Irã, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o Brasil "não tem forças armadas nucleares para poder dar opinião tranquilamente sem sofrer retaliações" a respeito do ataque dos Estados Unidos ao Iraque. A declaração foi dada na tarde de hoje em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band.

"Tenho que tomar cuidado com as palavras. Eu, como chefe de estado, o que porventura falar para você, Datena, pode até ser manchete no dia seguinte. Nós queremos paz, mas uma velha máxima no meio militar diz que quem quer paz tem que se preparar para a guerra", comentou.

Bolsonaro afirmou que o Brasil "abriu mão" de explorar a questão nuclear e repetiu, ao longo da entrevista, que manterá a cautela ao tratar do assunto.

"A nossa linha é pacífica porque, afinal de contas, não temos forças armadas nucleares para poder dar opinião tranquilamente sem sofrer retaliações", disse.

Sem responder diretamente se já tratou sobre a questão com o presidente dos EUA, Donald Trump, a quem Datena chamou de "amigo particular" do presidente brasileiro, Bolsonaro adiantou que o país é "favorável a qualquer medida que combata o terrorismo no mundo", mas com participação "apenas protocolar" — e não ativa.

"Não adianta ter um monte de diplomata do Itamaraty bom de saliva se quando acaba a saliva entra a pólvora. E o Brasil, para se inserir nesse mundo de falar mais em igualdade com outros países, tem que evoluir ainda. A gente não vai tirar proveito de uma possível guerra", declarou.

O presidente também adiantou que terá uma reunião na próxima segunda-feira, dia 6 de janeiro, para tratar sobre uma possível alta no preço do petróleo.

Como foi o ataque

O ataque coordenado pelos EUA contra um aeroporto em Bagdá, no Iraque, matou Qasem Soleimani, o chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã, considerado um dos homens mais importantes do país. Além dele, ao menos outras sete pessoas morreram. Entre elas estava Abu Mahdi al-Muhandis, comandante de milícia do Iraque, apoiada pelo Irã. A milícia da qual ele fazia parte também atribuiu a morte aos EUA.

Naim Qassem, segundo na linha de comando do Hezbollah no Líbano, também seria uma das vítimas.
A Guarda Quds é uma força de elite do exército iraniano e teria sido responsável pela invasão da Embaixada dos EUA, em Bagdá, no início desta semana.

Pentágono diz que ataque foi ordenado por Trump

O Pentágono confirmou que o ataque aconteceu "sob ordens do presidente" Donald Trump. "Os militares dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal dos EUA no exterior, matando Qasem Soleimani", afirmou em nota.

"Este ataque teve como objetivo impedir futuros planos de ataque iranianos. Os Estados Unidos continuarão a tomar todas as medidas necessárias para proteger nosso povo e nossos interesses, onde quer que estejam ao redor do mundo", concluiu.

De acordo com o Pentágono, Soleimani "orquestrou" ataques em bases de coalizão no Iraque ao longo dos últimos meses e aprovou os "ataques" na embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos no início desta semana.

Horas após a confirmação da morte de Soleimani, a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, que na terça-feira foi alvo de um ataque por uma multidão pró-Irã, recomendou a seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente".

Aiatolá do Irã fala em vingança e premiê, em guerra duradoura

O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que vai "vingar" a morte de Soleimani e decretou três dias de luto nacional no país.

"O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos estes anos (...) Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou Khamenei em sua conta no Twitter em farsi.

Khameni nomeou o vice de Qasem Soleimani, o general Esmail Ghaani, como novo chefe das Forças Quds. O programa da força "permanecerá inalterado em relação ao período de seu antecessor", afirmou o aiatolá.

O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdel Mahdi, afirmou nesta sexta-feira que o ataque vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque". "O assassinato de um comandante militar iraquiano que ocupava um posto oficial é uma agressão contra o Iraque, seu Estado, seu governo e seu povo", afirmou.

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